Botão facebook (cabeçalho)

24 julho 2020

Projeto da USP quer identificar padrões e dinâmica do crime + 4 bolsas para Matemática Aplicada


Um grupo de pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP) pretende identificar os padrões e dinâmicas do crime em São Carlos (SP).

Entre os objetivos do projeto está compreender os inúmeros fatores que impactam a criminalidade em São Carlos, além de construir uma ferramenta que consiga prever ocorrências futuras. O projeto será desenvolvido com R$ 15 mil disponibilizados pelo Programa USP Municípios para despesas de custeio, além de quatro bolsas de iniciação científica.

A iniciativa é uma das consequências dos estudos que o grupo vem realizando nos últimos três anos em São Paulo, em parceria com cientistas do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP e da Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro (RJ).

O professor do ICMC e coordenador do projeto, Luís Gustavo Nonato, explicou que em São Carlos o alvo da pesquisa será ainda maior porque os pesquisadores terão acesso a dados que estavam indisponíveis na capital. "Submetemos o projeto ao Programa USP Municípios exatamente para conseguir algum financiamento e estimular estudantes para adaptar o que já fizemos na cidade de São Paulo para o município de São Carlos", disse o professor. 

Fatores
O professor explicou que há inúmeros fatores que impactam o número de ocorrências criminais em um determinado local sendo eles: condições de trânsito, socioeconômicas e climáticas; densidade de edifícios residenciais, comerciais e industriais; presença de bares e restaurantes; fluxo de pessoas; presença de parques e praças.

"Existem trabalhos que mostram que determinados tipos de crime se intensicam a partir do aumento da temperatura e se reduz com temperaturas mais amenas ou com a elevação da quantidade de chuva", disse Nonato.  

Pesquisa
Na primeira etapa, os pesquisadores coletam os dados georreferenciados sobre os crimes. "Depois, analisamos esses dados ao longo do tempo, tentando entender, a partir das séries temporais, o que está acontecendo em cada região da cidade, procurando distinguir, principalmente, cada tipo de crime: roubo de carga, roubo de estabelecimento comercial, roubo de transeunte", contou o professor.

De acordo com o Notato, as séries temporais dos crimes que acontecem em cada local possibilitam identificar se as ocorrências apresentam algum tipo de periodicidade.

"Há casos em que, olhando as séries temporais, você descobre que tem um local em que os crimes acontecem sempre às sextas-feiras, na segunda quinzena do mês. Você vê isso claramente quando analisa os dados, porque as séries temporais permitem extrair esse tipo de informação, que é muito importante para embutir em um futuro modelo preditivo", explicou.

Depois de fazer a análise global e extrair os padrões de cada tipo de crime em regiões específicas, o próximo passo é agrupar os locais que apresentam padrões parecidos. Essas análises poderão auxiliar gestores da área de segurança a construir políticas públicas mais eficazes e eficientes.

Para realizar os estudos, os pesquisadores empregam ferramentas da área de computação, matemática e estatística, mesclando técnicas de ciência de dados e de inteligência artificial.

O diferencial é que a equipe apresenta os resultados dessas análises complexas por meio de uma plataforma de visualização computacional como, por exemplo, o CrimAnalyzer, que facilita a interação dos gestores públicos com os dados disponibilizados.

O projeto é realizado em parceria com a prefeitura de São Carlos. "A Secretaria de Segurança Pública tem sido muito importante por nos fornecer acesso aos dados da cidade. Não conseguiríamos fazer os estudos sem uma parceria como essa", disse Nonato.

Iniciação Científica
O projeto está com processo seletivo para contratação de quatro bolsistas, preferencialmente, alunos dos cursos de Estatística, Matemática Aplicada e Computação da USP de São Carlos. As inscrições podem ser realizadas até 27 de julho. O edital completo está disponível por meio deste [ link ].

fonte: Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação (ICMC) da USP de São Carlos (SP).



Nenhum comentário: