Este debate é promovido pelo Instituto de Estudos Avançados da USP
Em mais um encontro do ciclo que trata da fundamentação dos conteúdos da educação básica, pesquisadores abordarão aspectos e desafios da integração entre as áreas do conhecimento. Após as exposições, os participantes vão integrar grupos de discussão e, ao final, compartilhar suas conclusões.
Desta vez, a atividade será dividida em dois dias, durante a semana. O certificado de participação será concedido somente para aqueles que se inscreverem em bit.ly/3eDdLjk
Para quem perdeu os encontros e cursos anteriores, lembramos que as gravações estão disponíveis no canal da Cátedra no YouTube (Cátedra de Educação Básica) e no site catedraeducacaousp.org.
Programação do dia 07 de julho de 2020:
16h15 - A Língua Materna e a Matemática - Nilson José Machado
Entre a matemática e a língua materna existe uma relação de impregnação mútua. Como componentes curriculares, tal impregnação se revela por meio de um paralelismo nas funções que desempenham, uma complementaridade nas metas que perseguem, uma imbricação nas questões básicas relativas ao ensino de ambas. A superação das dificuldades com o ensino de matemática não pode prescindir de uma exploração consciente da essencialidade de tal impregnação. Relações entre a oralidade e a escrita, desenvolvimento do pensamento crítico e compreensão das relações entre exatidão e aproximação são alguns dos temas a serem explorados.
16h35 - As Ciências da Natureza e a Matemática - Luis Carlos de Menezes
A descrição da natureza, na Grécia Clássica, ou antes e depois, sempre se desenvolveu junto com as linguagens matemáticas. Há cerca de cinco séculos, quando as Ciências da Natureza se tornaram experimentais, continuaram a ser absolutamente dependentes da Matemática. Hoje, tanto Biologia, Física e Química, quanto ciências mais especificas, como Cosmologia, Epidemiologia ou Sismologia, seriam inconcebíveis sem recursos matemáticos como os de Álgebra, Cálculo Diferencial, Geometria ou Estatística. De certa forma, tal é a integração entre elas que constituem um todo inseparável, um construto contínuo da cultura humana.
16h55 - Ciências Humanas e Ciências Naturais - Naomar Almeida Filho
A ideia de áreas de conhecimento tem como fundamento uma metáfora espacial dos saberes científicos, implicando delimitação territorial. Nos momentos históricos de emergência do mundo moderno, não havia divisões no que hoje chamamos de conhecimento científico, totalizado na noção de Filosofia Natural. O termo ‘filosofia’ designa toda a sabedoria humana, por suposto integrada. ‘Natural’ e ‘natureza’ vêm de natura, propriedade do que nasce, do que surge. O termo “ciências humanas” vem do Iluminismo francês que compreendia as sciences de l’homme como parte ou segmento das ciências naturais. A separação e posterior distanciamento entre saberes científicos se consolidam no final do século XIX, no racionalismo alemão que consagra as noções de geisteswissenschaft (ciências do espírito) e naturwissenschaft (ciências da natureza). No mundo atual, as ciências passam por movimentos de reintegração, superando divisões para articular conhecimentos e saberes em perspectivas pós-disciplinares e transepistêmicas.
17h15 - Discussão em Grupo
18h15 - Plenária de Compartilhamento
Programação do dia 08 de julho de 2020
16h15 Linguagem e as Ciências - Lino de Macedo/Elie Ghanem
Cada ciência, seja natural ou social, é um campo de esforço coletivo para conhecer fenômenos, explicando-os ou os interpretando. Esse esforço é ao mesmo tempo o uso da linguagem em geral e a elaboração de uma linguagem própria para designar os fenômenos investigados. Frequentemente, as ciências são tratadas nas práticas escolares como atividades de compartilhamento dos avanços e resultados das pesquisas científicas (portanto, de suas linguagens), apresentados de forma simplificada para facilitar sua compreensão. Isso é necessário, mas ainda há muito por fazer para que o aprendizado das ciências seja a própria prática da investigação rigorosa e o aprendizado da atitude científica.
16h35 - Itinerários Formativos de Qualificação para o Trabalho - Francisco Cordão
Um dos desafios atuais mais significativos apresentados aos educadores brasileiros, para responder ao mandamento constitucional e legal, é a estruturação e oferta dos “Itinerários Formativos da Qualificação para o Trabalho”. De acordo com o atual Art. 36 da LDB, “o currículo do ensino médio será composto pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e por itinerários formativos que deverão ser organizados por meio da oferta de diferentes arranjos curriculares, conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade dos Sistemas de Ensino, a saber: (...); Formação Técnica e Profissional”. Esses itinerários abrangem cursos de Qualificação Profissional integrantes da Formação Inicial dos Trabalhadores, bem como de sua Formação Continuada, até a conclusão do Técnico de Nível Médio e das respectivas especializações profissionais, possibilitando prosseguimento de estudos e aprimoramento do processo de profissionalização técnica e tecnológica.
16h55 - Discussão em Grupo
17h45 - Plenária de Compartilhamento
📌 Tema: "Ciclo Fundamentação dos Conteúdos da Educação Básica "
📌 Quem: Nilson José Machado, Luis Carlos de Menezes e Naomar Almeida Filho.
📌 Quando: (7 e 8/07) 16h
📌 Onde: Online iea.usp.br/aovivo
👉 Com certificado. Precisa participar nos dois dias.
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Inscrições pelo link [ aqui ]
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