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22 dezembro 2019

Avaliação Institucional CEDERJ 2019.2


Para quem não me conhece sou estudante de Licenciatura em Matemática pelo CEDERJ/UFF e criei este site para levantar debates e falar sobre assuntos em torno de matemática e educação.

Todas as críticas e sugestões aqui são com o intuito de melhorar as práticas do CEDERJ, se quiserem falar diretamente comigo basta colocar um comentário neste post que eu retorno assim que possível.

Eu fiz um post anterior com críticas e sugestões ao CEDERJ que pode ser acessado no endereço [http://bit.ly/cubo001]. Este post vai funcionar como um complemento ao anterior.

Eu não sabia que a avaliação institucional era anual, no semestre passado eu tinha preparado um texto com alguns elogios e críticas, estes textos serão acrescentados também aqui.

A avaliação Institucional é um grande questionário onde o aluno opina em muitos aspectos sobre o curso. Grande parte das perguntas são respondidas com notas de 1 a 5 para cada tema avaliado. No 13º item do questionário é aberto para colocarmos nossas impressões sobre o curso. Como meus textos são grandes e com o intuito de levantar o debate entre colegas alunos vou colocar os textos nesta postagem:
Todas os comentários são específicos do curso de licenciatura em matemática e do polo Rio Bontio.

13.1 -     Pontos positivos do Cederj

Ensino de qualidade apesar da gestão totalmente VERTICAL do curso. Sempre as mudanças vem de cima para baixo sem levar em conta a opinião dos estudantes. Poderia se muito melhor, incluindo medidas simples, baratas se parassem para escutar quem realmente usa os sistemas, os alunos, e tentar entender as coisas pela ótica/realidade do aluno.


13.2 -     Pontos negativos do Cederj

Sucateamento. Não adiante ficar fazendo propaganda eleitoreira "vamos dobrar o numero de polos" se o polo Rio Bonito, por exemplo, esta cada vez mais sucateado. Não funciona nem a internet.
Gestão na parte de informática e disseminação de conhecimento da "idade da pedra". A cúpula da administração não deve seguir as orientações dos analistas de TI do cederj.
O cederj deve focar a sua energia em internet colaborativa e disseminação de conhecimento. Muitas medidas neste sentido não requer gasto de dinheiro dei vários exemplos no meu post anterior. http://bit.ly/cubo001
Encadernação dos livros do cederj deixa a desejar, muitos livros por mais cuidado que se tenha eles desmontam com pouco uso. Ai fica até difícil de doar para outro aluno usar, pois as folhas começam a soltar.
(Veja algumas fotos abaixo)
   

13.3 -     Pontos positivos do seu Curso

O curso é bom, tem qualidade no ensino, mas poderia ser muito melhor.
   

13.4 -     Pontos negativos do seu Curso

Grande desconexão da UFF/matemática com os campos do cederj. a UFF não estimula alunos do cederj a entrarem em programas extra classe. Não existe versões destes programas online, mesmo que reduzidas,  para pessoas de polos de longe possam participar. As palestras que tem na UFF nunca são gravadas e disponibilizadas online, cadê o foco principal? que é a disseminação de conhecimento! Nem os eventos de matemática da uff são divulgados direito nos polos, só se vc tiver "os contatos" que consegue as informações, parece coisa de máfia, isso quando divulga.... Já teve a cara de pau de divulgar um prêmio universitário 4 dias antes de terminar o prazo; parece que de propósito para os alunos do cederj não participarem. (Veja na imagem abaixo o print da notícia. Ao clicar na imagem pode-se veja em tamanho natural)
   

13.5 - Pontos positivos das disciplinas cursadas neste semestre

Os livros de cálculo 1 são ótimos didaticamente falando. Dos livros didáticos das matérias que estudei estes estão sendo os melhores, parabéns aos autores, não vou citar nomes porque são muitos. Instrumentação no ensino de geometria (IEG) é uma ótima matéria, não só pelos assuntos que aborda e como aborda mas também por ser a matéria de didática mais pé no chão para licenciatura em matemática, até o momento (terminei o 4o semestre), pena que ela esta também sucateada (no post anterior também tem mais detalhes http://bit.ly/cubo001).
Parabéns também aos coordenadores de Calculo 1 por colocar a sessão cinema na plataforma. Para quem não conhece toda aula eles sugerem um vídeo sobre um assunto fora da matéria Cálculo 1 mas falando de matemática e educação. Parabéns.

Aproveitando aqui para falar de algumas matérias cursadas no semestre anterior:
Fábio Simas (coordenador de Geometria Espacial):
1-Por colocar arquivos em epub. Finalmente alguém evoluiu para livro digital em no curso EAD!!! Deveria ser o padrão. Eu sei que da trabalho, mas faz um pouco de cada vez.... depois de 4 semestres vc consegue converter tudo.
2-Por colocar áudio/vídeos com comentários do assunto da semana. De novo, ele fez isso em parte do material, sei que com o tempo ele acabar fazendo em tudo.
3-Por colocar alguns pdf com anotações chamando a atenção de trechos do livro e colocando comentários sobre estes trechos. Mais um ótimo exemplo do que realmente se espera em EAD.
4-Disponibilizar vídeo com explicação de partes do livro que não estão boas, principalmente no sentido de visualização espacial (3D) de uma coisa que está num livro (2D).


13.6 -     Pontos negativos das disciplinas cursadas neste semestre

IEG precisa ser revisada e atualizada, muitos links e leituras recomendadas offline.
Todas as disciplinas precisam ser revisadas no sentido de estimular internet colaborativa e disseminação de conhecimento, leia mais em http://bit.ly/cubo001

Aproveitando aqui para falar de algumas matérias cursadas no primeiro semestre de 2019:
No sistema moodle da matéria Construções Geométricas(CG) está jogado as moscas...O aluno que tem que lembrar a coordenação de liberar acesso ao material da semana. A matéria parou na semana 12 e não foi mais atualizada. No livro de CG da aula 13 em diante só tem a solução dos exercícios pares. Muito preguiçoso isso! Ja que não temos contato constante com tutores o mínimo que devem fazer e disponibilizar a resolução de todos os exercícios. Se fazer em pdf não tem custo nenhum.
Teve dúvida minha da sala de tutoria (cod. 741722) que ficou mais de 10 dias sem resposta. Quanto ligo para tutoria a distância sempre tem desculpa na ponta da língua para ausência, pede para deixar a dúvida na sala de tutoria e vc morre de velhice esperando a resposta. Cadê o suporte aos alunos?

Problemas no livro de Geometria Espacial. Tem várias referências às proposições erradas. Ex. pag. 129 "... (veja a proposição 22 e o exercício 9 da aula 19)..." não existe prop. 22 pq em algum momento passaram a numerar as prop. por capítulos. Está cheio de referencias erradas pelo livro. Porque não tem uma errata na plataforma para informar os alunos? Que se dane o tempo que o aluno perde para descobrir estas coisas.... quando ja podia ter uma orientação previa com as correções.
Sugestão: Usem o sistema de errata dos coordenadores de Matemática Discreta. Ele é ótimo. Independente de valer ponto, ele usa a ajuda de todos os aluno para ir melhorando o material deles. Tem que aproveitar o viés participativo da internet para coisas assim, vai diminuir o volume de trabalho.

Prática de ensino 1 - Somente no final do semestre fiquei sabendo que existe tutor a distância para prática de ensino 1. Ninguém no polo nunca nos informou disso. Lamentável, podia ter aproveitado mais a matéria. Seja mediador presencial, coordenadores do polo, ninguém.
Obs: como esta é minha 1a matéria pedagógica que é pela UFRRJ e não pela UFF isso deveria ficar mais claro. Aposto não deve ter quase alunos de matemática frequentando porque ninguém deve saber disso.

Geometria Espacial - Gabarito do livro de GE deveria vir com as soluções detalhadas e não somente o resultado final.
   

13.7 -     Pontos positivos do seu Polo

A força de vontade e a vontade de ajudar dos mediadores apesar de tudo. Este tudo é: sucateamento, sem internet, falta de manutenção em ventiladores e ar condicionado (no 1o semestre é desumano estudar na biblioteca), baixos salários, etc.

No 1o semestre de 2019:
Tutor Luciano Lima(Pré-Calculo do polo Rio Bonito), ótimo tutor . Ele se prepara para as aulas, tem total conhecimento da matéria, paciência, disponibilidade. É uma pena que os alunos do polo não prestigiem suas tutorias. 
   

13.8 -     Pontos negativos do seu Polo

  • Colocarem avisos muito tarde na plataforma "aos 45 min. do segundo tempo". Ex. avisar que um mediador vai faltar na sexta-feira a noite antes da tutoria. Será que ele avisou da falta na sexta a noite? Acho difícil.Tem aluno que vem de longe gasta com transporte só para assistir determinada tutoria e descobre quando chega que o tutor vai faltar.
  • Maior atenção na entrega dos livros didáticos. Fiquei metade do semestre sem um livro físico, prejudicando os estudos, teria sido mais fácil se estivesse com o livro em mãos.
  • Atraso constantes nas tutorias de 13h por causa de reuniões. Neste semestre eu tinha Calculo 1 que é somente um tempo as 13h e vivia começando atrasado por causa de reuniões. Ai bagunçava todas as outras tutorias da tarde.
  • Não respeitar os horários das palestras em dias de colóquio, seminário e visita docente. É bom ter esta palestras, sim, mesmo que para isso nós percamos tutorias, mas o que é inadmissível é não ter tutoria, e grande parte deste tempo ser perdido esperando a palestra começar. Seja por não ter sido preparado o local com antecedência, etc. Outra coisa é usar dois sábados para estes eventos. Se tiver evento suficiente tudo bem... mas o que vejo é ficar enchendo lingüiça para cobrir dois sábados e os alunos ficarem 2 sábados sem tutorias. Que faça um dia só é com qualidade. Ai ficamos com o melhor dos 2 mundos; boas palestras com uso apropriado do tempo e sem perder dois sábados de tutorias.

18 dezembro 2019

Saiba que foi a matemática e não a física que descobriu os buracos negros!

A imagem do post é a primeira imagem feita de um buraco negro/ AFP

Reprodução da coluna de Marcelo Viana, na Folha de São Paulo em 18/12/2019

É surpreendente que a matemática dê tão certo

Dois amigos falam sobre suas profissões. O matemático mostra uma estatística que realizou: mu é a média da população, sigma é o desvio-padrão etc. O outro, inseguro se o amigo está caçoando dele, pergunta: “E isso aqui?”. O matemático explica: “Esse é o pi. Você sabe: o quociente do perímetro pelo diâmetro do círculo”. Isso é demais para o colega: “Fala sério: certamente a população não tem nada que ver com o perímetro do círculo!”

Assim começa o artigo “A não razoável efetividade da matemática nas ciências naturais”, de 1960, em que o cientista húngaro-americano Eugene Wigner (1902-1995) se debruça sobre a estranha capacidade da matemática para explicar e prever o mundo à nossa volta. Tomemos o exemplo dos buracos negros, um dos fenômenos mais intrigantes do universo.

Em 1915, Albert Einstein publicou sua revolucionária teoria da relatividade geral. No centro da teoria está a “equação de campo”, que relaciona a geometria do universo com a distribuição de massa. É uma equação complicada, Einstein não acreditava que pudesse ser resolvida.

No entanto, em 22 de dezembro do mesmo ano recebeu uma carta contendo uma solução exata. O autor, Karl Schwarzschild (1873-1916), era um cientista e, à época, tenente do exército alemão, combatendo na frente russa da 1ª Guerra Mundial. Escreveu: “Como pode ver, a guerra tratou-me razoavelmente bem: pude me alhear dos tiroteios pesados e fazer este passeio pelo mundo das ideias”.

Einstein respondeu: “Li seu trabalho com o maior interesse. Eu não esperava que alguém pudesse formular a solução exata de modo tão simples. Gostei muito do tratamento matemático. Quinta-feira apresentarei o trabalho à Academia”.

Na solução de Schwarzschild existe uma região esférica especial, que foi interpretada como um “horizonte de eventos”: tudo que entra na esfera não pode mais sair. A massa do objeto (uma estrela, por exemplo) encurva o espaço-tempo de tal forma que nem a luz consegue escapar! Desta forma, a matemática descobriu os “buracos negros”, que os físicos não previram.

Não só não previram, como nem Einstein nem seus colegas acreditaram que pudessem realmente existir. Durante décadas, na comunidade dos físicos acreditar em buracos negros era como acreditar na fadinha do dente.

Até o início da década de 1970, quando Thomas Bolton, Louise Webster e Paul Murdin identificaram Cignus X-1 como o primeiro buraco negro conhecido.

De então para cá, ficou claro que buracos negros são um dos fenômenos mais essenciais do universo. Descoberto por meio de uma equação matemática.

Marcelo Viana
Diretor-geral do Instituto de Matemática Pura e Aplicada, ganhador do Prêmio Louis D., do Institut de France.

16 dezembro 2019

USP abre concursos para professores nas áreas de computação e matemática

Aprovados terão salário inicial de R$ 11.069,17 e vão atuar no ICMC, que se localiza no campus da Universidade em São Carlos

Estão abertas as inscrições em dois concursos públicos para o cargo de professor doutor no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Os docentes aprovados deverão manter vínculo empregatício exclusivo com a USP (Regime de Dedicação Integral à Docência e à Pesquisa) e terão salário inicial de R$ 11.069,17.

Uma das vagas é para atuar junto ao Departamento de Ciências de Computação (SCC) do Instituto, na especialidade inteligência artificial. Para obter mais detalhes sobre as etapas do concurso bem como sobre os prazos, as provas e demais informações, acesse o edital completo disponível neste link: icmc.usp.br/e/9c815.

Já a outra vaga é vinculada ao Departamento de Matemática (SMA) do ICMC, na área de conhecimento álgebra. Para obter mais detalhes sobre as etapas do concurso bem como sobre os prazos, as provas e demais informações, acesse o edital completo disponível neste link: icmc.usp.br/e/c0a52.

As inscrições para os dois concursos devem ser realizadas exclusivamente via internet até 17 horas do dia 3 de fevereiro de 2020 (horário oficial de Brasília/DF) por meio do sistema de admissão docente: https://uspdigital.usp.br/gr/admissao.


Mais informações
Computação – Edital ATAc/ICMC/USP nº 99/2019: icmc.usp.br/e/9c815
Matemática – Edital ATAc/ICMC/USP nº 100/2019: icmc.usp.br/e/c0a52
Assistência Acadêmica do ICMC: (16) 3373-8163 ou (16) 3373.8109
E-mail: sacadem@icmc.usp.br

10 dezembro 2019

O Crime do Professor de Matemática de Clarice Lispector!



E você de humanas discriminando a matemática, se até Clarice fala sobre matemática você também pode!
Vamos conversar sobre matemática?

Seguindo com nossa programação de férias e aproveitando o aniversário de Clarice Lispector, ela hoje estaria completando 99 anos!

Primeiro para conhecer a sua obra sugiro a leitura de um conto chamado O Crime do Professor de Matemática presente no livro de contos Laços de Família. Contos são sempre bons como introdução para conhecer a obra de um autor. E como este é um site de matemática nada melhor que um conto sobre o tema.

Se não conhece Clarice convido-o a visitar um site com uma excepcional exposição virtual   no Instituto Moreira Salles em www.claricelispectorims.com.br.

Para conhecer mais sobre a vida de Clarice sugiro ver o seguinte vídeo:



O texto do inicio do post é retirado do conto Perdoando Deus. Veja abaixo um vídeo com a narração de Aracy Balabanian para este conto. Por que postar isso aqui? Porque cultura e matemática podem viver harmoniosamente.

Se você é de humanas saiba que a matemática esta em tudo a sua volta! Aproveite e experimente outros posts deste blog!

Teatro grátis - Peça Conselho de Classe

Cubo Matemática nas Férias!
Em Niterói peça de teatro gratuita "Conselho de Classe" levanta um importante debate sobre alguns aspectos da educação no Brasil.

São 2 apresentações hoje 10/12 e 17/12 as 19h
no Colégio Estadual José Bonifácio - Rua Carlos Maximiano, 20 - Fonseca - Niterói-RJ

Para ler uma crítica da peça acesse:
http://www.criticateatralbr.com/2019/11/conselho-de-classe

09 dezembro 2019

Cubo Matemática nas Férias! + Ebook As Cavernas de Aço - Isaac Asimov grátis!


Correção: Hoje dia 10/12 a promoção ainda esta no ar.

No nosso primeiro post de férias já tempos um presentão para vocês.
Hoje a Amazon faz 7 anos de lançamento do kindle no Brasil e esta dando um ebook grátis para cada usuário do kindle. Mesmo quem não tem o kindle pode usar o app Android/IOS do kindle e aproveitar o presente.

Basta clicar neste [link] e escolher entre alguns dos best sellers do site. Esta promoção é válida somente hoje!

Sugerimos você escolher o livro de Isaac Asimov - As Cavernas de Aço, que é um dos livros mais populares deste escritor. Para já ir aproveitando as férias. Veja abaixo a sinopse do livro.

A população da Terra cresceu de modo desenfreado. Os Mundos Siderais, antigas colônias terráqueas, há muito deixaram de se sujeitar à autoridade de seus colonizadores. Para agravar a situação, os robôs parecem estar substituindo grande parte da mão de obra humana, condenando os cidadãos da Terra a uma vida que mal lhes garante a subsistência. Em meio a esse cenário, o embaixador dos Mundos Siderais é encontrado morto em sua residência na cidade de Nova York. O investigador de polícia Elijah Baley é escalado para investigar o crime, e para cooperar com o inquérito, os Siderais enviam um parceiro inusitado: seu nome é R. Daneel Olivaw, e ele é um robô. Indicado ao prêmio Hugo de melhor romance, o sexagenário As Cavernas de Aço é também uma das principais obras do autor, ao lado de Fundação e Eu, Robô. Nele, Asimov cria uma narrativa que povoa o imaginário popular de ficção científica e se mantém influente até hoje.

Boa leitura!

05 dezembro 2019

Netuno foi encontrado graças à matemática!


 "Netuno marcou a exploração do Sistema Solar, porque não foi encontrado olhando o céu com nossos olhos ou com a ajuda de um telescópio", diz Lucie Green, uma astrofísica do Mullard Space Science Laboratory da University College London.

No século 19, as leis da gravidade de Newton eram bem entendidas e, com elas, as órbitas dos planetas ao redor do Sol podiam ser previstas.

Exceto a de Urano, que se desviou um pouco do caminho esperado.

Naquela época, Urano era o planeta conhecido que estava mais distante do Sol e alguns cientistas especularam que as leis da gravidade de Newton poderiam não funcionar a uma distância tão grande.

Outros, porém, acreditavam na matemática, o que os levou a pensar que havia um imenso objeto por perto, alterando o caminho de Urano ao redor do Sol.

"Eles calcularam o que, como e onde. E quando giraram o telescópio em direção à área que a matemática indicava, o planeta foi encontrado", diz Green.

A descoberta de Netuno entrou na história como evidência de que a matemática não é inventada, mas existe. Mas isso é assunto para um próximo post. :P

Fonte: BBC News.
Imagem: NASA.

03 dezembro 2019

Mudanças nos cursos de Licenciatura e aumento de ênfase na prática


Mozart Neves, relator da proposta de mudança nos cursos de formação docente,  24.out.2016 - Marcos Oliveira/Agência Senado

No começo de novembro, o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou novas diretrizes para a formação de professores que ampliam a duração dos cursos e estabelecem maior foco em atividades práticas, tirando parte da carga voltada à teoria.
A Folha de São Paulo e o Instituto Itaú Social tem um podcast voltado para professores chamado Folha na Sala que discutiu este assunto na última semana de novembro.

O relator da proposta no conselho, Mozart Neves, diretor de articulação e inovação do Instituto Ayrton Senna, foi entrevistado para esse episódio, para falar sobre as mudanças.

O podcast também discute como as mudanças na Formação Continuada de Professores da Educação Básica deve afetar a carreira e formação dos educadores no país. Especialistas debatem a crítica recorrente de que os cursos de pedagogia e de licenciaturas não incluem formação prática suficiente e acabam colocando nas escolas profissionais despreparados para a realidade da sala de aula.

O podcast começa mostrando opiniões de antigos ministros da educação sobre este assunto e continua com a entrevista com Mozart Neves. Para quem não lembra ele é que deveria substituir o antiministro da educação Weintraubprapqp e o governo voltou atrás.
Vale lembrar que apesar de aprovada ela ainda precisa ser homologada pelo atual ministro.

Abaixo os links para acessar o podcast pelo Spootfy, Deezer e um terceiro caso você não use estes serviços.

https://www.deezer.com

https://open.spotify.com/

Site folha

24 novembro 2019

Vaga de Estágio em matemática Rio de Janeiro - RJ ou Macaé - RJ

Programa de estágio Halliburton - Rio de Janeiro/RJ ou Macaé/RJ

Requisitos:
•    Cursando ensino superior em matemática, engenharia da computação, engenharia de petróleo e gás, geologia, geofísica e afins.
•    Previsão de formatura fevereiro de 2021
•    Inglês avançado
•    Disponibilidade para estagiar de segunda á sexta, durante 6 horas por dia (08;30 ás 15:30)

Inscrição
 A empresa solicita que os interessados no programa de estágio realizem cadastro no site e enviem currículos atualizados para o e-mail: talentos@halliburton.com informando no campo do assunto ” ESTÁGIO LMK Rio” ou ” ESTÁGIO LMK Macaé”.


22 novembro 2019



Tema: Formação de professores para o ensino de Matemática: BNCC e apagamentos
Professor: Prof. Vinicio de Macedo Santos (USP)
Quando: 29/11/2019 10h
Local: UFF Niterói-RJ  (Campus Gragoatá Bloco D Sala 380)

A palestra, com mediação do Prof. Adriano Vargas (UFF), será gratuita e não há necessidade de inscrição.

20 novembro 2019

Nigeriano de 12 anos descobre teste de divisibilidade por 7






(foto: Westminster Under School/Arquivo)

O jovem nigeriano Chika Ofili, de 12 anos, descobriu uma fórmula matemática que facilita o estudo da divisão. A descoberta permite mostrar rapidamente se um número inteiro é divisível por sete. Para isso, basta pegar o último dígito de qualquer número, multiplicar por 5 e adicionar à parte restante, assim terá um novo número obtido. Se esse novo número é divisível por 7, o número original é divisível por 7.

Como exemplo, para verificar o número 532 é necessário, 53 + 2 x 5 = 63, sendo 63 múltiplo de 7, portanto, 7 também podem dividi-lo.

A professora Miss Mary Ellis, também chefe do departamento de matemática da Westminster Under School, escola de Londres, em que Chika estuda, disse em um artigo no jornal educacional que o aluno descobriu a fórmula após um trabalho passado para as férias.

No trabalho, Chika teve que estudar o livro First steps for problem solvers, em tradução livre, Primeiros passos para resolvedores de problemas, publicado pela United Kingdom Mathematics Trust (UKMT). No livro, são apresentados  testes de divisibilidade usados para solucionar rapidamente números divisíveis por 2, 3, 4, 5, 6, 8 e 9, mas o algarismo 7 não havia teste simples, assim Chika desenvolveu sua ideia.

O nigeriano apresentou a fórmula para o corpo docente da escola. Depois que um matemático neutro analisou e aprovou a teoria, que ganhou uma prova algébrica. Foi descoberto pelo matemático que o teste também funciona se multiplicar o último dígito por 12, 19, 26, 33 e depois adicionar à parte restante do número.

Graças à descoberta, Chika Ofili ganhou o prêmio TruLittle Hero Awards, na cerimônia organizada pela Cause4Children Limited, que tem o objetivo de reconhecer, comemorar e recompensar realizações notáveis de crianças e jovens notáveis com menos de 17 anos no Reino Unido.

Além do prêmio, muitos portais de notícias nigerianos e africanos estão parabenizando Chika.

Fonte:  https://www.pulse.com.gh/ e https://www.em.com.br

15 novembro 2019

Petrobras recruta estudantes de qualquer faculdade para curso voltado para inovação.


O curso chamado de Ignição vai durar um ano e não requer nenhum conhecimento prévio. Selecionados vão receber bolsa de 780 reais!

Estudantes de todos os cursos de graduação de qualquer cidade do Brasil podem se candidatar a um programa remunerado multidisciplinar voltado para inovação em transformação digital focado em óleo e gás.

Desenvolvido pela Petrobras em parceria com a PUC-Rio, o programa chamado de Ignição vai durar um ano e não requer nenhum conhecimento prévio. O único pré-requisito é que a conclusão da graduação esteja marcada para janeiro de 2021.

São 21 vagas e o valor da bolsa é 780 reais. O objetivo é oferecer formação, conhecimento tecnológico, metodológico e instrumental desafiando universitários a criarem soluções de transformação digital.

Ciência de dados e temas como aplicações inovadoras para mobile, web e bots fazem parte da grade do curso que também aborda inteligência artificial e tecnologias de registro distribuído como blockchain.

As inscrições estarão abertas até 6 de janeiro de 2020 pelo site da [ PUC- Rio ] O programa começa no dia 3 de fevereiro. As atividades são presenciais no campus da Gávea, de segunda a sexta-feira, das 14h às 18h.

Fonte: https://exame.abril.com.br/carreira/petrobras-recruta-estudantes-de-qualquer-faculdade-para-curso-remunerado/



13 novembro 2019

Seminário: Probabilidades e a tomada de decisão


Seminário na UNIRIO - Rio de Janeiro - RJ

Tema: Probabilidades e a tomada de decisão
Quando: 14/11/2019 17h
Local: UNIRIO 205n-CCET (Centro de Ciências Exatas e Tecnologia)

10 novembro 2019

Críticas e sugetões ao curso de matemática do CEDERJ/UFF

Este texto é um pedido para avaliar a disciplina de Instrumentação do Ensino da Geometria mas muito do que escrevo aqui pode ser estendido para outras disciplinas e algumas criticas são para o curso de forma geral. É por isso também que estou mandando com cópia para os senhores.

Adorei conhecer esta disciplina, achei ela bem prática e com certeza irá ajudar muito na minha profissão.
Com tantas disciplinas pedagógicas acho lamentável ter somente 2 disciplinas especificamente tratando de didática  no ensino de matemática num curso de Licenciatura em Matemática e ter 14 matérias de teorias sobre pedagogia (3 de didática, 4 de fundamentos e 7 opções de optativas (Tópicos Sobre a Diversidade na Educação, Educação Ambiental e Agenda 21, Educação Especial, Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos, Movimentos Sociais e Educação, Políticas Públicas em Educação, Tópicos em Educação Especial).
Pelo outro lado temos 4 matérias de estágio, e as 3 específicas de matemática (IEG, IEAA, Informática no ensino da matemática)
Nesta conta eu não estou considerando Português Instrumental 1.
Total de 24 matérias pedagógicas. Sendo 4 práticas (estágios), 3 específicas de matemática e 14!!! teóricas sendo 7 optativas. ABSURDO o desequilíbrio desta balança!
Deveriam ter mais matérias específicas de didática para matemática, nem que fossem optativas.
Informática no ensino da matemática é na verdade "GEOGEBRA no ensino da matemática", ela é importante? sim e muito, mas Geogebra não é informática, é a mesma coisa de quem chama Facebook de Internet (você está pegando uma parte e considerando com o "todo"). Pelo menos deveria ter uma outra disciplina chamada "Informática no ensino da matemática" realmente tratando deste assunto. Nos mesmos moldes da disciplina que o professor Carlos Mathias esta fazendo no curso presencial.

Pontos negativos:
Vocês precisam revisar TODOS os links externos citados no livro e na plataforma, MUITOS estão offline e o aluno fica "no vácuo". Em alguns links onde tem a descrição do que é, ainda é possível fazer uma pesquisa e achar algo semelhante. Mas alguns links só tem o endereço com um texto genérico; ex: "para saber mais acesse...", e como esta offline não tenho nem uma pista do que aquilo se refere. Tem link no texto do livro informando que o acesso foi feito em 2007, 12 anos!!, tem que ter uma revisão. E não precisa esperar uma edição nova do livro!!! basta colocar na plataforma. Ex: "o link da pag. XX esta offline sugerimos usar este aqui que mostra xxxx". Isso não depende de verba nem nada é só ter vontade de fazer. Também não precisa acertar tudo de uma vez, vai acertando aos poucos....

Não mandar o material físico completo para todos os alunos. Eu por exemplo não recebi o volume 2 do livro de IEG.  Gostaria muito de ter ele fisicamente porque será usado como livro de referência para minhas aulas de geometria. Depois de conversar com alunos de outros polos descobri que isso não acontece com todos os polos, eu é que fui premiado mesmo. Como eu sou o único aluno de IEG neste semestre no polo Rio Bonito resolvi pedir providencias. Fui na sala de tutoria e apesar da boa vontade do tutor a distancia (faço questão de citar no nome dele Miguel Angelo Da Silva), no fim não deu em NADA. Depois eu liguei para a coordenação (bloco h do campus Gragoatá) pedindo o livro ou pedindo para comprar e a pessoa que me atendeu estava até com o "ar de ofendida no telefone" dizendo que não se podia vender .... etc. ... mas continuei sem o livro.
Esta semana no evento da uff de 20 anos do programa "Dá licença" eu vi champanhe e bolo, vi jornalzinho em edição extraordinária, sendo que todos os números são impressos em gráfica usando impressão a laser colorida. Enquanto na outra ponta temos alunos sem material impresso em preto e branco. Depois falam que a educação esta uma merda, que os níveis de matemática dos alunos do ensino fundamental estão uma merda, que a nota do ENADE do curso caiu e a culpa é sempre do elo mais fraco, o aluno. O problema é que não se prioriza... o foco principal é ensinar matemática, ensinar a ensinar matemática. Não pode ficar falando para o aluno usar material em pdf enquanto o jornalzinho é impresso em impressora a laser colorida. Tinha que ser o contrário.
Uma passagem do discurso do professor Wanderlei Moura Resende no evento 20 anos do programa "Dá licença" era falando sobre as inscrições para o evento. Falando que tinha gente vindo da faculdade a, b, c..., e uma hora ele mencionou CEDERJ/UFF e falou "que faço questão de inverter UFF/CEDERJ". Pois eu só vejo considerar o aluno de matemática do CEDERJ como aluno da UFF da boca para fora, na ação é bem diferente. Nunca vi estimularem os alunos do CEDERJ a entrarem nestes programas do departamento de matemática. As informações de eventos e coisas da UFF 99% das vezes não chegam no polo, quando chega é faltando 3 ou 4 dias para o prazo terminar. Num mundo com a internet de hoje é inadmissível.

Sugestão para IEG mas que pode ser aproveitada em outras disciplinas:
Na atividade 16 (link https://graduacao.cederj.edu.br/ava/mod/assign/view.php?id=69521 ) desta disciplina pedia "Pesquise um site sobre sólidos de revolução e faça uma resenha sobre ele."
No retorno da atividade o tutor depois de avaliação fez o seguinte comentário: "Para enriquecer o seu banco de sites de geometria, estou divulgando abaixo a lista dos sites visitados pelos seus colegas." E colocou uma lista de links levantados por outros alunos sobre o assunto.
Este é um exemplo de atitude super simples que agrega muito valor e deveria ser usadas em muitas tarefas.
Resumindo: O coordenador passou uma tarefa individual, e depois dela ser corrigida pelo tutor a distancia ele selecionou respostas válidas/interessantes/que se destacaram e mandou isso para todos os alunos da disciplina.
É um ótimo exemplo do uso da força de trabalho/pesquisa de dezenas de alunos para um trabalho que beneficia a todos.
Isso esta num nível infinitamente melhor de colaboração através da internet que o normal que se faz no CEDERJ (passar uma atividade individual, fazer, o tutor corrigir, e fim).
Isso inclusive deveria ter sido feito pelo menos no item da AD1 em que pede para ser feito um dos itens do laboratório de geometria. Poderiam tem pego os melhores trabalhos e ter exposto eles numa página para que todos da disciplina pudessem ver, trocar ideias, se inspirar, replicar boas práticas, divulgar a matemática. Outro exemplo, na AD1 poderia ter pego os 3 melhores trabalhos e ter perguntados se os estudantes que fizeram poderiam montar um tutorial mostrando como foi feito, e este tutorial ser disponibilizado na pagina da disciplina. O aluno poderia ganhar um certificado de, por ex. 3 horas de trabalhos extras, para estimula-los e a página da disciplina ia montando um catalogo de tutoriais. Agora imagina isso sendo feito assim a 10 anos... olha a quantidade de tutorias que deveriam estar disponíveis para consulta dos alunos. Quanto de dinheiro se gastou nisso? ZERO! Olha a quantidade de conhecimento gerado!!!

Uma sugestão para os eventos de matemática na UFF, porque que eles não são gravados e disponibilizados na internet para quem não pode ir, por ser em horário de trabalho ou para quem estuda em polo longe de Niterói? Acho que um dos objetivos é multiplicar conhecimento, o que vejo é uma panelinha de especialistas que seguram o conhecimento como se fosse uma sociedade secreta, só os mais próximos, vão ter o privilégio deste conhecimento... Basta ter um pouco de VONTADE.... como exemplo eu deixar o link de uma das palestra que tem na Uerj que são gravadas em celular e disponibilizadas. Ja é um começo... aos poucos vai melhorando...

Ex. Palestra feita na Uerj no dia 6/6/2019 com a Profa. Dra. Monica Rabello de Castro. Vejam no link abaixo. Com um celular eles estão dando um 7a1 em divulgação de conhecimento mesmo sem recurso. Teve problemas técnicos e tal, mas eles estão focando na essência, que é divulgar matemática, melhorar a educação, e MULTIPLICAR o conhecimento do especialista. Vergonha de UFF com um auditório daquele no bloco G e não gravar os eventos. Além do fato de na UFF deve ter uma produtora de vídeo, se na UFF tem faculdade de jornalismo (não sei) porque não usa os alunos para ajudar? se eles não tiverem tempo, porque não passam o conhecimento básico para alunos de matemática gravarem? Só para citar alguns exemplos.
https://www.facebook.com/gematuerj/videos/2027285580731213/

Rapidinha 1: padronizar os envios das AD's ... é uma gincana a parte... achar a pagina da AD numa disciplina, descobrir que tipo de envio esta habilitado nela.

Rapidinha 2: toda disciplina deveria ter uma página mostrando as erratas do material. TEM MUITAS DISCIPLINAS que ainda não faz isso. Poderia ser uma página colaborativa... assim não ficava esta tarefa nas costas de uma única pessoa.

Rapidinha 3: Descobri esta semana que estão fazendo uma nova plataforma. Espero sinceramente que USEM mais o conceito de internet colaborativa e que tenhas foco em agregar conhecimento, espalhar conhecimento e que dêem treinamento para os coordenadores.  A plataforma atual é subutilizada, existem muitos recursos interessantes na plataforma que ninguém usa. Não adiante dar uma Ferrari para um velhinho de 60 anos que não vai usar o GPS, o Bluetooth, a câmera de ré, etc...

Bom vou parar por aqui porque vocês já devem estar putos com tudo o que eu falei.... e olha que isso é só criticando uma disciplina... nem vou pular para as outras, não falei nada do meu polo, a forma das tutorias, etc.
Agora vê se a coordenação de IEG revisa os links... pelo menos esta não tem desculpa nenhuma para não ser feita. E já deveria ter sido revisado a pelo menos a 7 SETE ANOS ATRÁS....

P.S. Sr. Moisés se quiser podemos bater disciplina a disciplina os problemas.... pelo menos das que já cursei posso opinar.

P.P.S. Sr. Moisés e Sr. Charles estou falando estas coisas com o intuito de abrir os olhos de vocês para os problemas, e mais importante; já que não tem tempo suficiente, já que não tem dinheiro suficiente, saber priorizar, saber balancear as ações. Dei aqui 2 exemplos de desiquilíbrio que precisam ser melhorados.
O curso tem muita coisas boas e louváveis mas o objetivo deste texto é resolver os problemas. E ao identificar os problemas já é um passo, admiti-los também. O passo seguinte é propor soluções, ter vontade política de executá-las.

Espero sinceramente que isso ajude a melhorar o curso e também a matemática no Brasil.
Atenciosamente,
Luciano Menezes (polo Rio Bonito)



08 novembro 2019

História da Física - Ebook grátis (mobi, epub, pdf)


Entre as várias iniciativas do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio de Janeiro (RJ), para comemorar os 70 anos de sua fundação, está o lançamento do livro, cuja versão eletrônica agora podem ser baixadas gratuitamente.

História da Física ‒ artigos, ensaios e resenhas é também uma coletânea de textos sobre história da física no Brasil e no mundo. Essa nova versão sai em coautoria com Antonio Augusto Passos Videira, do Departamento de Filosofia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e pesquisador colaborador do CBPF.
Nesta 2a edição alguns títulos foram alterados; informações, acrescentadas; erros e desatualizações, corrigidos.
Os textos podem ser lidos de forma aleatória.
Se julgado como leitura instrutiva e agradável, este livro terá cumprindo seu papel; se servir para despertar na(o)s graduanda(o)s e pós-graduanda(o)s em física o interesse pela história dessa disciplina, dará satisfação extra a estes autores.

O ebook está disponível em versão pdf, epub e mobi e podem ser baixados [ aqui ].
É uma pena que as versões epub e mobi foram meras conversões automáticas da versão em pdf do livro.

Dica enviada pelo Astrônomo Leonardo Cirto.

04 novembro 2019

Você sabe o que é Etnomatemática?


Olá a todos, recomendo ver esta interessante entrevista com Ubiratan D'Ambrósio. Além de falar sobre Etnomatemática ele fala sobre a paixão por ensinar, interdisciplinaridade no ensino da matemática, didática, conhecemos um pouco mais da hitsória da matemática no Brasil, Paulo Freire e muito mais.

Abaixo reproduzo a descrição do vídeo.
Ubiratan D'Ambrósio é um dos pesquisadores mais importantes quando o assunto é ensino de matemática. Ele começou os estudos nesta área nos anos 50 e foi o criador do termo Etnomatemática.



03 novembro 2019

Por que você deve parar de acreditar que 'não nasceu pra matemática'


Em 2013, três pesquisadores italianos acompanharam 120 meninas de seis anos que cursavam a 1ª série.

Eles perceberam que as meninas que acreditavam que a matemática não era para mulheres tinham desempenho pior na disciplina que os demais alunos participantes da pesquisa.

Alguns anos antes, em 2007, um estudo feito nos EUA com 373 alunos (de ambos os sexos e diversas etnias) da 7ª série apontou que os estudantes que acreditavam que "ter uma certa quantidade de inteligência, sem poder mudar nada a respeito disso" não se destacavam em matemática, ao contrário dos estudantes que entendiam que sua própria inteligência era maleável.

Estes são alguns dos estudos que, na última década, tentam derrubar a ideia de que nascemos — ou não — com afinidade para a matemática.

Em vez disso, esse "cérebro matemático" parece ser em grande parte construído (ou atrofiado) pelas nossas ideias a respeito de nossas próprias habilidades, pelo nosso esforço e, não menos importante, pela forma como a matemática nos é ensinada em sala de aula.

"Há algumas razões pelas quais acreditamos que somos ruins em matemática, e a primeira é a ideia equivocada de que ou você nasce com um 'cérebro matemático' ou não terá aptidão", diz à BBC News Brasil Jo Boaler, autora e pesquisadora do ensino da matemática pela Universidade de Stanford (EUA).

"Muita gente acredita nisso e, na primeira vez em que enfrenta alguma dificuldade, passa a pensar: 'bem, então não tenho um cérebro matemático' e consolida uma visão negativa (de si) a partir daí."

Outra razão, opina Boaler, é que a matemática muitas vezes é ensinada "de um modo incrivelmente chato, como se fosse uma matéria sem sentido, o que afasta as pessoas. A combinação disso (percepções pessoais e modelo de ensino) trouxe muitos danos."

Boaler aborda o tema no livro Mente Sem Limites e participa nesta semana, em São Paulo, do 2º Seminário de Mentalidades Matemáticas, que também discute avanços neurocientíficos sustentando a ideia de que a disciplina é mais acessível do que se costuma pensar.

"Há algumas razões pelas quais acreditamos que somos ruins em matemática, e a primeira é a ideia equivocada de que ou você nasce com um 'cérebro matemático' ou não terá aptidão", diz à BBC News Brasil Jo Boaler, autora e pesquisadora do ensino da matemática pela Universidade de Stanford (EUA).

"Muita gente acredita nisso e, na primeira vez em que enfrenta alguma dificuldade, passa a pensar: 'bem, então não tenho um cérebro matemático' e consolida uma visão negativa (de si) a partir daí."

Outra razão, opina Boaler, é que a matemática muitas vezes é ensinada "de um modo incrivelmente chato, como se fosse uma matéria sem sentido, o que afasta as pessoas. A combinação disso (percepções pessoais e modelo de ensino) trouxe muitos danos."

Boaler aborda o tema no livro Mente Sem Limites e participa nesta semana, em São Paulo, do 2º Seminário de Mentalidades Matemáticas, que também discute avanços neurocientíficos sustentando a ideia de que a disciplina é mais acessível do que se costuma pensar.

Valorizar os erros e desestimular a rapidez

A pesquisadora defende que a matemática faz mais sentido se for ensinada de forma visual (com desenhos, cubos, barbantes), com trabalhos em equipe que sejam criativos e colaborativos e exaltando — em vez de condenando — os erros cometidos durante o aprendizado.

Boaler afirma que muitas aulas de matemática tradicionais valorizam em excesso a rapidez com que os alunos resolvem os exercícios, o que desestimula os que não conseguem acompanhar o ritmo.

"Muitas crianças que poderiam ter um ótimo futuro na matemática acabam desistindo por achar que não são rápidas o bastante, quando na verdade os próprios matemáticos são lentos e flexíveis quanto à matemática", diz Boaler.

"Outra descoberta libertadora da neurociência é que nosso cérebro cresce mais quando estamos nos esforçando e cometendo erros, embora a sensação (durante esse processo) seja ruim."

Boaler e sua equipe aplicaram essas estratégias de ensino em um grupo de 84 alunos de 11 a 13 anos na Califórnia, em 2017, na etapa equivalente ao ensino fundamental 2 brasileiro.

Os jovens participaram de 18 aulas no projeto Youcubed, aprendendo matemática de um modo mais colaborativo. O resultado, diz a Universidade Stanford, é que nesse período eles aumentaram seus conhecimentos matemáticos no equivalente a 2,4 anos de ensino escolar.

O site do projeto Youcubed (que tem versão em português) traz, atualmente, dezenas de sugestões de exercícios práticos para serem usados em sala de aula (ou em casa), desde a educação infantil até o fim do ensino médio.

A atividade "Bolas de gude na caixa", por exemplo, sugere um jogo da velha em 3D que pode ser aplicado a alunos por volta de cinco anos.

Profecia autorrealizável

O que não significa, porém, que a matemática não exija esforço ou que o processo de aprendizado não esteja sujeito a frustrações.

O que especialistas como Boaler têm defendido é que, no ambiente escolar, a percepção de que "não nasci para a matemática" acaba se convertendo em uma espécie de profecia autorrealizável.

"A verdade é que você provavelmente é uma pessoa com afinidade à matemática e, ao pensar o contrário, está tolhendo sua própria carreira futura", escreveram dois acadêmicos, Miles Kimball, da Universidade de Michigan, e Noah Smith, da Universidade de Stony Brook, em artigo de 2013 na revista americana The Atlantic.

"E o pior, ao pensar o contrário, você pode estar ajudando a perpetuar um pernicioso mito que prejudica as crianças menos privilegiadas: o mito da habilidade matemática genética e inata."

Em contrapartida, dizem os autores, as crianças que desde cedo se acostumam a ouvir que levam jeito para a matemática acabam se esforçando mais e, em consequência, se saindo melhor.

Atrasos brasileiros na matemática

No Brasil, a matemática é considerada calcanhar de Aquiles por muitos estudantes. Oito em cada dez alunos concluem o ensino fundamental sem adquirir os conhecimentos esperados nessa disciplina, segundo o exame Prova Brasil de 2017.

Na mais recente edição do exame internacional PISA, que em 2015 testou os conhecimentos de alunos de 15 anos em 70 países, o Brasil ficou em 66º lugar em matemática e 63º em ciências.

Em um país com tantas deficiências de ensino, como tirar a matemática do papel de vilã?

Para Boaler, isso começa pelo professor "mudar sua mensagem", deixando de pensar — e evitando que alunos pensem — que somente alguns poucos serão de fato capazes de aprender a disciplina.

"E quando eles mudam sua mensagem e a forma de dar aula, veem instantaneamente que funciona e que mais alunos estão aprendendo. Daí o nosso esforço em mostrar aos professores que todas as crianças têm um potencial ilimitado e mostrar as evidências neurocientíficas disso", argumenta.

Ela destaca, ao mesmo tempo, que muitos professores já adotam estratégias do tipo e são capazes de tornar a matemática sedutora.

Recentemente, viralizou no Twitter a foto de uma prova de matemática em que o professor corrigiu a aluna quando esta disse que se considera "uma decepção" na disciplina. O professor riscou a frase "então não se assuste com o meu zero" e trocou-a por "então me ajude a entender melhor? Claro!"

Não se trata de apenas acreditar no próprio potencial, mas entender que, fisiologicamente, nosso cérebro é maleável o suficiente para aprender e crescer com os erros - ou seja, saber que inteligência é algo mutável, e não predeterminado. E pesquisadores descobriram que essa mensagem é ainda mais crucial em ambientes de pobreza e baixo estímulo.

Em 2016, três outros acadêmicos de Stanford acompanharam alunos do ensino público do Chile e perceberam que "os de renda mais baixa tinham o dobro de propensão de achar que (sua inteligência) era fixa (e não maleável)". Isso, diz o estudo, "era um forte indicativo sobre o desempenho desses estudantes".

Mas, mesmo entre os alunos de renda mais baixa, os que entendiam que sua inteligência poderia crescer pelo próprio esforço conseguiam alcançar os resultados mais altos dos colegas mais "abastados".

"Os resultados indicam que o modo de pensar (sobre as próprias habilidades matemáticas) pode ser um mecanismo pelo qual desvantagens econômicas impactam o desempenho" estudantil, escreveram os autores Carol S. Dweck, Susana Claro e David Paunesku.

"Não estamos sugerindo que fatores estruturais, como desigualdade econômica ou disparidades na qualidade das escolas, são menos importantes do que fatores psicológicos. Nem dizendo que ensinar os estudantes a mudar seu modo de pensar vai substituir esforços sistêmicos para aliviar a pobreza e a desigualdade. (...) Em vez disso, estamos sugerindo que desigualdades estruturais dão margem para desigualdades psicológicas, as quais reforçam o impacto das desigualdades estruturais no desempenho e nas oportunidades futuras (dos alunos)."

O matemático Artur Ávila, primeiro brasileiro a ganhar (em 2014) a Medalha Fields, o mais prestigioso prêmio dessa disciplina, também já criticou ideias preconcebidas em torno da matemática.

"Quando se colocam na mídia estereótipos de que a matemática é para alguém com certos aspectos bem característicos, e a pessoa não se identifica com esse estereótipo, ela vai descartar a ideia de entrar na área. Isso é reproduzido também na esfera da família, que 'conforta' a pessoa na primeira dificuldade que tem com matemática, falando 'ah, mas não é para você mesmo, faz outra coisa'", afirmou Ávila, em fevereiro deste ano, ao Jornal da USP.

"Toda a população deveria ser exposta à matemática como algo que é acessível e importante para todos. (...) Todo mundo com acesso à matemática ganha técnicas para seu trabalho e mesmo em suas relações na sociedade, no seu papel de cidadão. Estamos expostos a dados a todo momento. Se a pessoa não está preparada para lidar com números, é muito mais facilmente manipulada por pesquisas e gráficos, por exemplo."

Por onde começar?

Como, então, evitar que esse tipo de mito matemático se perpetue?

No ambiente familiar, Jo Boaler sugere que os pais "passem uma mensagem positiva" aos filhos. "Mesmo que você odeie a matemática, seja entusiasta do aprendizado, mesmo que esteja fingindo", diz ela.

"Para crianças pequenas, a ideia é procurar padrões no mundo: eles estão por toda a parte. Jogos também são ótimos, por exemplo os de dados. Só peço que tomem cuidado com os jogos que exigem rapidez, porque se criou essa ideia de que você precisa ser rápido ao resolver questões de matemática. Em vez disso, é mais importante incentivar a criatividade e a flexibilidade — entender que o cálculo de 12 x 4 pode ser feito de diversas formas diferentes. Isso ajudará seus cérebros a criar várias conexões diferentes."

A pesquisadora também alerta para as disparidades de gênero que persistem nas ciências exatas e desencorajam muitas meninas a desenvolver suas habilidades matemáticas.

Em seu livro, Boaler conta o caso de uma colega professora universitária que, quando estava na graduação, foi chamada para conversar por um professor de matemática.

Ela se preparou para receber elogios por seu bom desempenho na matéria, mas em vez disso ouviu uma bronca do professor — ele deduzira que ela havia colado nas provas ou simplesmente memorizado tudo.

"Essa professora me conta que, mesmo hoje, como acadêmica, ouve colegas falando a estudantes mulheres, 'não se preocupe, você não precisa ir bem em matemática'. Não há expectativa de que elas possam ir bem, o que é uma mensagem terrível, de que as exatas não são para elas."

Carol S. Dweck, outra pesquisadora do tema e autora de dois dos estudos citados nesta reportagem, defende em artigos que, em geral, estudantes precisam ser ensinados que, quando saem de sua zona de conforto e se esforçam, fazem seus cérebros formar conexões mais fortes.

Disso nasce um círculo virtuoso: esses estudantes passam a acreditar que seu esforço é recompensado, criam objetivos mais ambiciosos para si mesmos e têm menos predisposição a atribuir fracassos a coisas que não podem controlar (a pensar, por exemplo, que foram mal porque "a prova era injusta").

"Passamos a eles a mensagem de que tudo é difícil antes de se tornar fácil", dizem Dweck e seus colegas em um dos estudos.

Reprodução: Paula Adamo Idoeta / BBC News

02 novembro 2019

Quem lucra com os cortes nas Bolsas de estudo no Brasil??

Olá a todos, hoje recomendo assistir o programa Greg News sobre Bolsas de Estudo.
Nele vamos ver pesquisas de brasileiros que revolucionam a ciência. Quem no governo lucra com o sucateamento da educação. Que o Paulo Guedes e sua família se beneficia diretamente destes cortes.
Mostra a situação de alunos ganhadores de olimpíadas de matemática, etc.  Vale a pena ver.


31 outubro 2019

Evento sobre Magic (Card Game) e Matemática em Pedra De Guaratiba - RJ


Data: 09-11-2019
Horário: das 8 às 13h
Local: colégio estadual Hebe Camargo, rua projetada, sem número, Pedra De Guaratiba, Rio De Janeiro (entrada pelo estacionamento da fundação Xuxa Meneghel)

A oficina Card Games e Matemática é parte da programação do Colóquio de Educação Matemática do Hebe 2019. Nosso colóquio acontecerá no próximo dia 9 de novembro e você não pode perder! Programação, informações e inscrições no link: https://forms.gle/wbxUCQupUrdJWbsu7

30 outubro 2019

Ilustríssima Física - Ebook grátis (mobi, epub, pdf)

https://mailacid-my.sharepoint.com/:u:/g/personal/byvdroft7_mail_ac_id/ET-trfgW3DdLjpcmWC_2ZN4BpYM0Oe-oA2KTvf5__gbfWQ?e=K2L5pB

Entre as várias iniciativas do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio de Janeiro (RJ), para comemorar os 70 anos de sua fundação, está o lançamento do livro, cuja versão eletrônica agora podem ser baixadas gratuitamente.

Coletânea de artigos de divulgação científica sobre física, resultado de um acordo entre o CBPF e o caderno cultural dominical 'Ilustríssima', do jornal diário Folha de S. Paulo. Os textos, em sua maioria, foram escritos por pesquisadores do CBPF e tratam de temas de fronteira nos quais a instituição faz pesquisa e numa linguagem acessível ao público.

O ebook está disponível em versão pdf, epub e mobi e podem ser baixados [ aqui ].
É uma pena que as versões epub e mobi foram meras conversões automáticas da versão em pdf do livro.
Eu criei uma versão em mobi que também está longe de ser perfeita mas está bem melhor que a versão oficial. Baixe [ aqui ].

Dica enviada para nós pelo Astrônomo Leonardo Cirto.



27 outubro 2019

Exposição no Rio mostra 60 ilustrações de sólidos platônicos feitas por Leonardo da Vinci




Exposição “Alma do Mundo – Leonardo 500 Anos”
Até 28/2/2020

Biblioteca Nacional
Endereço: Av. Rio Branco 217 - Centro – Rio de Janeiro (RJ)
Metrô: Estação Cinelândia
Entrada Franca

Horários:
  • Segunda-feira – 12h às 17h
  • Terça-feira a sexta-feira – 10h às 17h
  • Sábados – 10h30h às 14h30
A exposição “A Alma do Mundo – Leonardo 500 anos” entrou em cartaz no dia 24 de outubro, com curadoria de Marco Lucchesi, presidente da Academia Brasileira de Letras, estudioso da obra do matemático, cientista, inventor, pintor, escultor e arquiteto italiano, uma das figuras mais importantes do Renascimento. Dentre as 70 obras do acervo da Biblioteca Nacional, entre gravuras, desenhos e livros, todas trazidas por D. João VI em 1808 com a Biblioteca Real, recuperadas pelo laboratório de conservação e restauração da instituição, a peça forte é “Divina Proportione”, de Luca Pacioli, com 60 ilustrações feitas por Leonardo dos sólidos platônicos: poliedros que têm o mesmo número de faces se encontrando em cada vértice: pirâmides, cubos, octaedros, dodecaedros e icosaedros. É um livro raro e curioso, marco da geometria renascentista. Pacioli foi professor de matemática, em torno de 1496, na corte do duque de Milão, Ludovico Sforza, onde conheceu Da Vinci, pintor e engenheiro da mesma corte. A obra contém um resumo sobre as propriedades da “proporção áurea”, com base nos teoremas de Euclides – as formas são mostradas tanto em esqueleto quanto em aspecto sólido. Trata-se da obra que mais exerceu influência no mundo da arte.

“A obra foi identificada junto a outras que estavam em um estado lastimável, à espera de uma possibilidade de restauro”, contou a chefe do setor de restauração, Ana Virgínia Pinheiro. “Uma estagiária de design me chamou e disse: ‘Não estou acreditando que a gente achou um Leonardo’. A obra foi restaurada, encadernada, microfilmada e digitalizada.”

Ao todo, 70 obras raras da Biblioteca Nacional estão na mostra. São gravuras, desenhos e livros. Todos vieram para o Brasil com d. João VI, em 1808, como parte da Biblioteca Real.

Aberta no mesmo dia da exposição montada no Museu do Louvre, em Paris, a mostra brasileira optou por trazer uma leitura contemporânea dos trabalhos de da Vinci.

“A ideia era fugir do maquinário, que é a moeda corrente e, na verdade, era secundário para Leonardo”, afirmou o escritor Marco Lucchesi, presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL) e curador da mostra. “O essencial em Leonardo é a sua visão poética do mundo, seu olhar sempre voltado para o futuro. O gênio de da Vinci não se restringe aos maquinismos que projetou, mas a um método plástico e rigoroso: a poética do conhecimento radial, que ultrapassa escafandros e máquinas voadoras, segundo uma leitura feliz, que não distingue arte e ciência como distantes comarcas.”

Dentro desse espírito, a exposição apresenta um vídeo produzido pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa). Nele, o rosto de Mona Lisa se move lentamente em movimentos baseados nos princípios matemáticos de fluxos, tema de estudos de da Vinci.

O Instituto Fractarte, de São Paulo, expõe dois vídeos especialmente produzidos para a mostra. Eles revelam brilhantes explosões de fractais, resultado de um cálculo de mais de dez trilhões de sinais.

Do Museu da Ciência e da Vida da Universidade Federal do Espírito Santo vêm os fósseis plastinados (técnica de preservação com silicone). Colocam em evidência os estudos de anatomia de da Vinci e chamam a atenção para a relação da arte com a ciência.

A mostra apresenta ainda obras de artistas plásticos contemporâneos, como Israel Pedrosa, Valtércio Caldas e Ana Maria Maiolino. De alguma forma, elas dialogam como os trabalhos do renascentista – 500 anos depois.
 
fonte: https://www.bn.gov.br/acontece/exposicoes/2019/10/alma-mundo-leonardo-500-anos

24 outubro 2019

Evento De 20 Anos Do Programa Dá Licença - UFF



Onde: Bloco G - Campus Gragoatá UFF (Niterói-RJ)
Quando: dia 05 de novembro, das 9h às 19h.

Faça sua inscrição aqui: http://bit.ly/DaLicenca20Anos

Os professores que desejarem levar seus alunos para as sessões do CineClube na parte da tarde podem reservar seus horários através deste formulário: https://bit.ly/2puzB3D

18 outubro 2019

Programa de Verão em Matemática USP

Programa de Verão em Matemática promove formação especializada e interação entre pesquisadores

Iniciativa ocorrerá de 6 de janeiro a 14 de fevereiro, e as inscrições estão abertas até 15 de novembro

O Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, promoverá de 6 de janeiro a 14 de fevereiro de 2020 o Programa de Verão em Matemática. As atividades são gratuitas, destinadas a todos os interessados, e as inscrições estão abertas até o dia 15 de novembro.
Realizado anualmente desde 1983, o Programa é um catalisador de interações entre os pesquisadores de diversos grupos do Brasil e do exterior. Também oferece atualização e formação por meio de reuniões científicas e cursos de nivelamento e avançados.
Além disso, o desempenho dos participantes nas disciplinas do Programa pode contar significativos pontos no processo seletivo para ingresso no Mestrado em Matemática do ICMC, que está com inscrições abertas até 30 de outubro (saiba mais).
As atividades são promovidas pelo Programa de Pós-Graduação em Matemática do ICMC, contando com a participação de pesquisadores visitantes, alunos de graduação e de pós-graduação.
Equações Diferenciais – Integrando a agenda do Programa de Verão ocorre, de 3 a 5 de fevereiro, o ICMC Summer Meeting on Differential Equations que visa debater as novas pesquisas que estão sendo desenvolvidas nessa área.
O encontro faz parte do calendário científico nacional e internacional e é promovido anualmente pelo Instituto desde 1996. A programação contará com palestras, seções especiais temáticas e seções de pôsteres, em que pesquisadores já experientes e estudantes de pós-graduação de diversas partes do mundo apresentarão seus trabalhos.
Quem deseja submeter trabalhos para ICMC Summer Meeting pode enviar os resumos até 16 de dezembro por meio do site do evento. Já as inscrições para ouvintes podem ser realizadas até dia 10 de janeiro no mesmo site.
Texto: Gabriela Bidin – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP
Programa de Verão em Matemática 2020Data máxima para inscrições: 15 de novembro
Data do evento: 6 de janeiro a 14 de fevereiro de 2020
Site: http://verao.icmc.usp.br/verao2020/
Inscrições: icmc.usp.br/e/f6e36
E-mail: verao@icmc.usp.br
ICMC Summer Meeting on Differential EquationsData máxima para submissão de trabalhos: 16 de dezembro
Data do evento: 3 a 5 de fevereiro de 2020
Site: http://summer.icmc.usp.br/summers/summer20/
E-mail: summer@icmc.usp.br
Mais informaçõesSobre a Pós-Graduação do ICMC: https://www.icmc.usp.br/pos-graduacao
Serviço de Pós-Graduação do ICMC: (16) 3373.9638
E-mail: posgrad@icmc.usp.br

15 outubro 2019

Homenagem ao dia dos professores!



Homenagem do Cubo Matemática ao dia do professor. Na voz do educador Braz Rodrigues Nogueira. Levantando o tema: Educação é só na Escola?

Fonte: Programa Saia Justa.

08 outubro 2019

Quando a matemática das bolhas de sabão ajuda a explicar os problemas da vida real


Ao estudar uma simples bolha de sabão, os matemáticos abrem caminhos para compreender, por exemplo, o que acontece em volta dos buracos negros e também no interior das ligas metálicas.

O que há em comum entre a bolha de sabão que uma criança assopra no ar, as ligas metálicas que sustentam uma construção e os arredores dos buracos negros que nos rondam? Há um elo invisível que os conecta: a matemática, uma ciência capaz de aproximar os mais diferentes fenômenos na busca por compreendê-los.

Os primeiros matemáticos que se dedicaram ao estudo das bolhas de sabão não imaginavam que seus conhecimentos um dia poderiam ser utilizados para investigar fenômenos celestes tão inusitados quanto os buracos negros, mas essa é outra característica dessa ciência: a imprevisibilidade de suas futuras aplicações. Com a suspeita de que a matemática das bolhas de sabão se assemelha à que permeia os arredores dos buracos negros, há ainda mais motivos para pesquisar as bolhas de sabão, muito mais acessíveis e seguras.

Essas superfícies que encantam as crianças podem ser estudadas em praticamente todo lugar: basta misturar água e sabão em uma concentração tal que, ao pegar um arame com o formato clássico do círculo, e mergulhá-lo na solução, uma película fina, flexível e resistente surgirá.

Ao assoprar essa película, que está grudada nas bordas do arame, você poderá formar uma bolha de sabão e, se tiver alguma habilidade, ela se desprenderá e voará pelo espaço até estourar. Continue a experiência matemática usando sua criatividade para moldar o arame em diversos formatos. Note que uma película surge unida às bordas toda vez que o objeto metálico é mergulhado na solução e, à medida que você muda o formato do arame, altera-se também o formato da película.

No entanto, calcular matematicamente o tamanho dessas diferentes estruturas que nascem a partir da experiência com água e sabão não é algo trivial. “A tentativa de entender essas superfícies mínimas foi o que motivou a construção de áreas novas de pesquisa”, explica Pedro Henrique Gaspar Marques da Silva, 27 anos, formado em matemática pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. “Os matemáticos têm sido desafiados a pensar sobre essas superfícies mínimas há mais de um século”, completa o rapaz, que está fazendo pós-doutorado na Universidade de Chicago, nos Estados Unidos.

Ele voltou ao ICMC no dia 27 de agosto para receber o Prêmio Carlos Gutierrez de Teses de Doutorado, que reconhece, a cada ano, a melhor tese em matemática defendida no Brasil no ano anterior: “Meu trabalho está no meio do caminho entre a geometria e as equações diferenciais. Aliás, os matemáticos construíram a ponte entre essas duas áreas exatamente para tentar entender as superfícies mínimas”.

Depois de receber a premiação, Pedro ministrou uma palestra no auditório Fernão Stella Rodrigues Germano, em que abordou os principais resultados de sua tese. Na plateia, professores e participantes do Workshop de Teses e Dissertações do ICMC acompanhavam atentos às explicações técnicas. A seguir, subimos até o terceiro andar da Biblioteca Achille Bassi para admirar, de perto, o Ipê Amarelo florido. Ao nos sentarmos em uma das mesas, Pedro volta a explicar, pacientemente, alguns conceitos matemáticos com os quais trabalha. Diante de uma jornalista, depara-se com a impossibilidade de usar os mesmos termos e equações que apresentou na palestra. Mas isso não o incomoda: perspicaz, Pedro encontra metáforas e exemplos para compartilhar o que sabe.

Aliás, ele tem essa facilidade para ensinar desde criança, revela o avô materno, Paulo Afonso Marques. Presente na cerimônia de premiação, Paulo conta que, quando o neto estava no ensino fundamental e o semestre próximo do fim, o garoto continuava indo à escola. Então, o avô perguntava: “Pedro, você já eliminou todas as matérias, pra que está indo à escola?” O garoto respondia: “Meus colegas não terminaram ainda, tenho que ajudá-los”.

A mãe, Ana Paula Gaspar Marques da Silva, completa: “Ele sempre gostou muito de ensinar. Quando estava no ensino médio, minha casa vivia cheia de amigos e colegas”. Para ela, a qualidade mais marcante do garoto, desde sempre, é a humildade.

Forças em equilíbrio

Mas o que torna as películas de sabão atraentes aos olhos dos matemáticos e aos olhos de Pedro, em especial? “Essas superfícies são resultado de um estado de equilíbrio de forças físicas: há pressão de um lado e de outro da película. E a forma final adquirida pela superfície é resultado do equilíbrio dessas forças”. Nesse estado de equilíbrio, a película adquire também uma interessante propriedade geométrica: possui a menor área entre todas as superfícies que são limitadas por uma curva fechada. É daí que vem o nome desses objetos matemáticos: superfícies mínimas.

Há muitas situações do cotidiano em que as superfícies mínimas aparecem e os conhecimentos matemáticos da área podem ser aplicados. Pedro cita como exemplo o desafio de unir várias antenas, receptores ou radares, de maneira a otimizar a captação de sinais. Outro exemplo vem da arquitetura: “Imagine que você tem um palito na mão e vai girá-lo, sem completar a volta, e deslocá-lo para cima. A superfície que será criada pela trajetória descrita por esse palito é uma superfície mínima. Então, se eu fizer uma casa cujo telhado tem esse formato, terei que calcular matematicamente onde colocar as vigas para manter a estrutura em equilíbrio”.

O nome dessa simpática superfície descrita por Pedro é helicoide e, para recriá-la, basta modelar um arame em formato de espiral e mergulhá-lo no mesmo recipiente com água e sabão usado para produzir as bolhas. Se você quiser pesquisar ainda mais as interessantes propriedades matemáticas desse estranho objeto, pode construí-lo usando palitos de picolé. Os palitos farão você visualizar com clareza que, em cada ponto do helicoide, passa uma reta, a qual está inteiramente contida nessa superfície mínima.

O helicoide de palitos de picolé foi um dos muitos experimentos que encantou um grupo de estudantes do segundo ano do ensino médio da Escola Antonio Raimundo de Melo, na cidade de Carnaubal, no Ceará. A pesquisadora Lucimara Andrade realizou uma série de atividades com esses alunos para discutir as propriedades básicas das superfícies mínimas. O projeto é fruto do mestrado profissional em matemática (PROFMAT) que Lucimara desenvolveu na Universidade Federal do Ceará, sob orientação do professor Marcelo Melo. O trabalho resultou também na publicação do artigo Superfícies mínimas e bolhas de sabão no Ensino Médio, na revista Thema.

“O estudo contribuiu muito para a formação educacional dos estudantes, possibilitando a eles um contato teórico e prático com tópicos matemáticos voltados quase exclusivamente para alunos de pós-graduação em matemática”, ressaltam Marcos e Lucimara no artigo. “Esta experiência comprova que com iniciativa e criatividade, a matemática (mesmo aquela matemática que aparentemente faz parte apenas da rotina de pesquisadores de alto nível) pode deixar de ser temida e rejeitada por muitos estudantes, e passar a ser vista como uma ferramenta indispensável e presente no dia a dia dos alunos do ensino médio”, concluem os autores.

Dimensões além

Se estudar as superfícies mínimas no planeta Terra já é desafiador, imagine só fazer isso em outro planeta. A questão parece totalmente fora de propósito, mas é usando essa brincadeira que Pedro nos lança para outras dimensões: “Uma criança entediada, que está em outro planeta, no qual há várias dimensões, resolve fazer uma bolha de sabão. Em vez de sair uma esfera voando, a bolha tem um formato estranho, que se parece com o que a gente chama de hipersuperfícies”.

Para entender uma hipersuperfície, precisamos mesmo usar nossa imaginação. Isso acontece porque, aqui na Terra, bastam três números para definirmos matematicamente os objetos tridimensionais que vemos. Pense em uma caixa, para saber o espaço que ela ocupa, é só identificar a largura, a profundidade e a altura, ou seja, suas três dimensões. Então, por que os matemáticos insistem em pensar em mais dimensões se no nosso mundo tem só três?

Pedro explica: “Cada dimensão pode ser considerada como uma quantidade que a gente quer medir. Imagine que vamos estudar o problema de uma empresa: ela quer minimizar o quanto gasta para produzir um produto e tem um monte de fatores para levar em consideração – custo de materiais, das pessoas, do transporte do material, do transporte do produto final até o local de venda, etc. Bem, cada um desses fatores pode ser considerado como se fosse uma dimensão. Para tentar achar um valor ótimo, temos que estudar mais dimensões além de três”.

Se você achava que bastavam três dimensões para resolver os problemas do nosso mundo, acaba de descobrir que já vivemos em um planeta que demanda pesquisar muitas outras dimensões, mesmo que elas sejam invisíveis. O que Pedro estudou em sua tese é como o calcular o espaço ocupado pelas superfícies mínimas quando temos mais do que três dimensões: “Para criar uma liga de metal, por exemplo, várias substâncias são unidas e, olhando para o interior desse material, podemos localizar espaços em que as substâncias estão em equilíbrio. A superfície que aparece entre esses diferentes materiais se parece com aquelas que ocorrem nas bolhas de sabão.”

De volta ao começo

Ao receber o Prêmio Gutierrez pela tese de doutorado A equação de Allen-Cahn e aspectos variacionais de hipersuperfícies mínimas, defendida no IMPA e orientada pelo professor Fernando Codá, Pedro se lembrou de seus primeiros passos em matemática: “Voltar para o ICMC é quase como voltar para casa. Foi realmente onde eu comecei a gostar de fazer matemática. Um dos fatores fundamentais que construíram a ponte para o que aconteceu depois – o meu doutorado – foi a iniciação científica”.

Sob orientação do professor Fernando Manfio, do ICMC, Pedro desenvolveu projetos de iniciação científica durante três anos, todos com bolsas de estudo: um ano com recursos provenientes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e dois com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). “A iniciação científica me abriu várias portas, possibilitando ir a eventos, simpósios, conferências, workshops”.

Quando visitou o ICMC pela primeira vez, um pouco antes de ficar sabendo que havia sido aprovado no vestibular da Fuvest, Pedro se encantou pelo ambiente acolhedor. “Algo que se confirmou ao longo da graduação: é um ambiente quase familiar, os professores são muito acessíveis e os colegas de turma dispostos a ajudar”. Foram as forças desse espaço, em equilíbrio, que possibilitaram a Pedro explorar muitas superfícies matemáticas.

Fonte: Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

25 setembro 2019

Eratóstenes no séc.3 A.C comprovou que a Terra é curva.


O astrofísico Carl Sagan explica como o matemático Eratóstenes no século 3 A.C comprovou que a superfície da Terra era curva.

Eratóstenes é considerado como o fundador da geografia. Seu experimento foi o melhor fundamentado sobre a curvatura da Terra, sendo um dos primeiros, mas não o único a calcular a circunferência da Terra antes da Era Comum

Veja no vídeo abaixo a explicação completa (dublado):


Abaixo uma foto do matemático e um desenho esquemático do experimento.
No esquema acima vemos como foi usado a semelhança de triângulos para o cálculo. Uma parte que não estava muito clara no vídeo é como o matemático chega ao valor de 7º para o ângulo e que fica mais claro pelo desenho. Basta ele medir o ângulo do triangulo formado pela coluna e pela sombra.

A pintura do post é chamada "Erastótenes ensinando em Alexandria", de Bernardo Strozzi (1635).

23 setembro 2019

Entrevista com o professor Eduardo Wagner


Veja na página do IFF (Instituto Federal Fluminense) entrevista com o professor Eduardo Wagner (IMPA) falando sobre abstração no ensino de matemática e sobre a Olimpíada de Matemática.

Acesse a entrevista no site do IFF link abaixo:
http://portal1.iff.edu.br/nossos-campi/campos-centro/noticias/professor-do-impa-defende-mais-atencao-a-abstracao-no-ensino-de-matematica

18 setembro 2019

Após 65 anos, matemáticos solucionam problema 'da soma dos três cubos'

'Descobrir finalmente a solução para k=42 é muito gratificante; e, em certo sentido, confirma que tudo vai bem no mundo da matemática', afirma Andrew Sutherland, do MIT (foto acima)

Existem três números ao cubo cuja soma seja 42? Depois de mais de seis décadas sem solução, o enigma que intrigava matemáticos e entusiastas da teoria dos números por fim terminou

Por isso, quando os matemáticos Andrew Sutherland e Andrew Booker finalmente encontraram a resposta para o problema, o que sentiram foi uma verdadeira "explosão de emoção".

A questão sobre a qual se debruçavam não era nada fácil. Há 65 anos, matemáticos de todo o mundo tentavam resolver o quebra-cabeças da soma de três fatores elevados ao cubo que teria como resultado o número mais difícil de ser alcançado para essa equação: o 42.

Ou, dito de outra maneira, a pergunta-chave era: existem mesmo três cubos cuja soma seja 42?

Algoritmo inteligente

Este problema – estabelecido pela primeira vez em 1954 na Universidade Cambridge, na Inglaterra, e conhecido como a "Equação diofantina x³+y³+z³=k" – desafiou os matemáticos a encontrar soluções para os números de 1 a 100.

Quando formada por algarismos pequenos, uma equação como essa é mais fácil de resolver: por exemplo, o 29 poderia ser escrito como 3³+1³+1³. Por outro lado, há outros números que são insolúveis, como o 32.

Nos últimos anos, utilizando diversas técnicas e supercomputadores, todos os números foram resolvidos (ou, para alguns, definiu-se que não havia solução, como o 32), com exceção de dois algaritmos: o 33 e o 42.

O matemático Andrew Booker, da Universidade Bristol, então, criou um algoritmo inteligente que, depois de passar semanas rodando em seu supercomputador, em março deste ano encontrou a solução para o 33.

Mas o número 42 tinha um outro nível de complexidade. Quando quis resolvê-lo, Booker percebeu que seu supercomputador não tinha capacidade suficiente para uma tarefa dessa magnitude.

Ele, então, entrou em contato com seu amigo Andrew Sutherland, um dos principais pesquisadores do departamento de matemática do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos.

Um parêntese: o número 42 tem significado especial para os fanáticos da saga de ficção-científica Guia do Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams, porque essa é a resposta dada por um supercomputador à pergunta sobre "o sentido da vida, o universo e tudo mais".

Fanático pela obra de Adams, o matemático Sutherland considerou a proposta do colega Booker irresistível. "Fiquei emocionado quando Andy pediu que eu me unisse a ele neste projeto", afirmou o pesquisador do MIT.

'Computador global' trouxe a solução

O segredo por trás da solução do problema se chama Charity Engine, uma espécie de "computador global" que aproveita a potência de mais de 400 mil computadores domésticos do mundo todo.

A cada um desses computadores, os matemáticos deram uma determinada faixa de possibilidades – ou, como nomearam, um "d" (parâmetro que determina um conjunto relativamente pequeno de possibilidades para x, y, z). A partir daí, os cálculos começaram.

Este arquivo de gráficos vetoriais representa os tempos de cálculo para cada um dos mais de 400 mil computadores utilizados para executar a solução. (gráfico abaixo)





Depois de meses de trabalhos de adequação dos códigos, o Charity Engine enviou a Booker e Sutherland, finalmente, um muito esperado e-mail, com a almejada solução – que, atestou o supercomputador, é a seguinte: 42 = -80538738812075974³ + 80435758145817515³ + 12602123297335631³.

"Minha primeira reação foi de choque. Com certeza, esperávamos encontrar uma solução. Mas, depois de centenas de milhares de informes que não traziam resultado, e de várias semanas de ajustes dos parâmetros, de checagens e rechecagens do código, quando veio a solução foi realmente uma grande surpresa", explicou Sutherland.

Ao receber a solução, relembrou o matemático, ele sentiu-se tão eufórico que, ainda de pijamas, correu escada acima para contar à esposa. "Encontrar finalmente a tão esperada solução para o problema k=42 é muito gratificante. E, em certo sentido, confirma que tudo está bem no mundo das matemáticas", resumiu.

Fonte: BBC News.