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27 outubro 2019

Exposição no Rio mostra 60 ilustrações de sólidos platônicos feitas por Leonardo da Vinci




Exposição “Alma do Mundo – Leonardo 500 Anos”
Até 28/2/2020

Biblioteca Nacional
Endereço: Av. Rio Branco 217 - Centro – Rio de Janeiro (RJ)
Metrô: Estação Cinelândia
Entrada Franca

Horários:
  • Segunda-feira – 12h às 17h
  • Terça-feira a sexta-feira – 10h às 17h
  • Sábados – 10h30h às 14h30
A exposição “A Alma do Mundo – Leonardo 500 anos” entrou em cartaz no dia 24 de outubro, com curadoria de Marco Lucchesi, presidente da Academia Brasileira de Letras, estudioso da obra do matemático, cientista, inventor, pintor, escultor e arquiteto italiano, uma das figuras mais importantes do Renascimento. Dentre as 70 obras do acervo da Biblioteca Nacional, entre gravuras, desenhos e livros, todas trazidas por D. João VI em 1808 com a Biblioteca Real, recuperadas pelo laboratório de conservação e restauração da instituição, a peça forte é “Divina Proportione”, de Luca Pacioli, com 60 ilustrações feitas por Leonardo dos sólidos platônicos: poliedros que têm o mesmo número de faces se encontrando em cada vértice: pirâmides, cubos, octaedros, dodecaedros e icosaedros. É um livro raro e curioso, marco da geometria renascentista. Pacioli foi professor de matemática, em torno de 1496, na corte do duque de Milão, Ludovico Sforza, onde conheceu Da Vinci, pintor e engenheiro da mesma corte. A obra contém um resumo sobre as propriedades da “proporção áurea”, com base nos teoremas de Euclides – as formas são mostradas tanto em esqueleto quanto em aspecto sólido. Trata-se da obra que mais exerceu influência no mundo da arte.

“A obra foi identificada junto a outras que estavam em um estado lastimável, à espera de uma possibilidade de restauro”, contou a chefe do setor de restauração, Ana Virgínia Pinheiro. “Uma estagiária de design me chamou e disse: ‘Não estou acreditando que a gente achou um Leonardo’. A obra foi restaurada, encadernada, microfilmada e digitalizada.”

Ao todo, 70 obras raras da Biblioteca Nacional estão na mostra. São gravuras, desenhos e livros. Todos vieram para o Brasil com d. João VI, em 1808, como parte da Biblioteca Real.

Aberta no mesmo dia da exposição montada no Museu do Louvre, em Paris, a mostra brasileira optou por trazer uma leitura contemporânea dos trabalhos de da Vinci.

“A ideia era fugir do maquinário, que é a moeda corrente e, na verdade, era secundário para Leonardo”, afirmou o escritor Marco Lucchesi, presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL) e curador da mostra. “O essencial em Leonardo é a sua visão poética do mundo, seu olhar sempre voltado para o futuro. O gênio de da Vinci não se restringe aos maquinismos que projetou, mas a um método plástico e rigoroso: a poética do conhecimento radial, que ultrapassa escafandros e máquinas voadoras, segundo uma leitura feliz, que não distingue arte e ciência como distantes comarcas.”

Dentro desse espírito, a exposição apresenta um vídeo produzido pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa). Nele, o rosto de Mona Lisa se move lentamente em movimentos baseados nos princípios matemáticos de fluxos, tema de estudos de da Vinci.

O Instituto Fractarte, de São Paulo, expõe dois vídeos especialmente produzidos para a mostra. Eles revelam brilhantes explosões de fractais, resultado de um cálculo de mais de dez trilhões de sinais.

Do Museu da Ciência e da Vida da Universidade Federal do Espírito Santo vêm os fósseis plastinados (técnica de preservação com silicone). Colocam em evidência os estudos de anatomia de da Vinci e chamam a atenção para a relação da arte com a ciência.

A mostra apresenta ainda obras de artistas plásticos contemporâneos, como Israel Pedrosa, Valtércio Caldas e Ana Maria Maiolino. De alguma forma, elas dialogam como os trabalhos do renascentista – 500 anos depois.
 
fonte: https://www.bn.gov.br/acontece/exposicoes/2019/10/alma-mundo-leonardo-500-anos

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