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11 setembro 2019

Matemático ganha US$ 3 milhões por provar "teorema da varinha mágica"




Segundo o pesquisador, a questão é tão complexa que nem doutorandos da área conseguem compreendê-la

Alex Eskin, matemático da Universidade de Chicago, nos Estados Unido, ganhou US$ 3 milhões (R$ 12,2 milhões) por receber o prêmio Breakthrough Prize de 2020. O norte-americano de origem russa foi honrado pelo trabalho que, para os especialistas, provou seu "teorema da varinha mágica".

Eskin desenvolveu a ideia em parceria com Maryam Mirzakhani, primeira mulher a receber a Medalha Fields, considerada o Nobel da matemática. Infelizmente, a honraria não foi entregue a ela: a iraniana morreu em 2017, aos 40 anos, vítima de câncer de mama. "Ela queria trabalhar nos problemas difíceis. Então, nossos projetos ficaram cada vez mais ambiciosos", disse o pesquisador sobre a colega ao portal Live Science.

O teorema da varinha mágica foi criado em 2013 pelos especialistas, mas só agora Eskin pôde provar que a ideia estava correta. "[Essas foram] descobertas revolucionárias na dinâmica e na geometria dos espaços de módulos dos diferenciais abelianos", apontaram os membros do comitê responsável pela premiação.

O Breakthrough Prize foi fundado 2013 por um grupo de bilionários do ramo da tecnologia. A honraria é concedida anualmente para acadêmicos que realizam estudos em matemática, física fundamental e ciências da vida, e, segundo os organizadores, são antigos vencedores que decidem quais serão os trabalhos premiados.

O que é o teorema?
A resposta para essa pergunta é complexa até para profissionais da área. "Demoro horas e horas para explicar o teorema para doutorandos de diversas áreas da matemática", apontou Eskin. Mas, segundo ele, o que você precisa saber é que a varinha mágica "é útil em várias áreas diferentes da matemática", disse. Contudo, para tentar explicar uma das aplicações do teorema, Eskin utiliza o chamado "problema da iluminação" (veja vídeo ao final), desenvolvido em 1950 por Ernst Straus.

O questionamento do acadêmico era o seguinte: se acendermos uma vela em um ponto X de uma sala espelhada, haverá alguma parte desse cômodo que não será iluminado? Vale lembrar que a sala é um retângulo, ou seja, pode ser um polígono qualquer — desde que os ângulos das diferentes paredes possam ser expressos como proporções de números inteiros.

Segundo o teorema da varinha mágica de Eskin e Mirzakhani, a resposta é simples. "Não há penumbra. Todos os pontos da sala estão iluminados", afirmou. Este é, de acordo com o matemático, um efeito colateral da prova do teorema.

Fonte: Live Science, reprodução Galileu.

Veja abaixo um vídeo mostrando o problema da varinha:

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