Botão facebook (cabeçalho)

29 dezembro 2020

Você é a favor da educação?

Em dezembro presenciamos uma série de ataques a educação pública, isso foi mostrado em vários posts no canal. Agora passado o sufoco convido vocês a refletirem sobre os políticos "que se dizem defender a educação" mas na verdade defendem a educação como uma mercadoria.


 Transcrição do texto:
Recentemente vocês devem ter acompanhado, ocorreu todo uma campanha por parte de professores e pesquisadores e militantes da área da Educação para garantir que o Fundeb que é o fundo de Desenvolvimento da Educação Básica não fosse atacado.
E por que que isso estava ocorrendo?  Tem gente na Câmara que diz defender educação, mas defende a educação privada. Teve a situação com partido Novo na Câmara dos Deputados que ia acabar criando uma situação de destinar quase 16 bilhões de reais da rede pública para rede privada através de instituições entendidas como filantrópicas confessionais, pois é confessionais! e também o sistema S. Teve muita pressão para que o Senado rejeitasse, deu certo. Depois volta para a câmera e lá tava o partido Novo querendo retirar a verba das escolas públicas de novo. Mas a pressão seguiu e foi possível garantir que o Fundeb continuasse público.

Esse episódio trás uma discussão bem importante para gente, que é sobre o que é defender a educação (pra valer! De verdade!) Se você pergunta para qualquer brasileiro se essa pessoa acha que é importante defender a educação, que é importante investir em educação, que é importante ter mais educação no nosso país é bem bem provável que a pessoa fale:  Ah... não! Mas só dizer que defende a educação não diz tanto assim, é importante sempre investigar o que que está por trás disso? Qual é o projeto político envolvido nessa defesa da educação? É sobre educação de qualidade que seja pública, gratuita e realmente Universal ou se trata de uma defesa da educação que também possa ser um bem de consumo no mercado, uma mercadoria, algo que garanta uma enorme presença do setor de escolas, cursinhos e faculdades particulares. Será que faz sentido chamar de educação de qualidade quando um projeto pensa educação como algo que possa ser
excluído de acordo com quem pode pagar? Como isso se compara entre regiões
do Brasil e o que dizer sobre o que realmente está sendo ensinado ali. Será
que educação que exclui dados importantes da história é algo que a gente pode dizer que é de qualidade? Eu diria que não!
O Ideb é o índice de desenvolvimento da Educação Básica, ele sai a cada dois anos e ele é muito importante como um parâmetro para gente avaliar o que é educação de qualidade no Brasil. Ele ajuda nesse propósito, e por conta disso, o país traça metas de avanço na Educação Básica e tecnicamente tem que trazer as medidas públicas necessárias para garantir isso. Mas a região norte do Brasil, só a 36,4% das escolas atingiram as metas para rede pública e os dados mostram que enquanto a nota Geral da rede pública no Ideb foi de 5,7 nas privadas foi de 7,1 e eu garanto que isso não é porque o público é naturalmente ruim e o privado naturalmente melhor. Ainda tem partido achando que pode tirar bilhões da rede pública para passar para privada. Esta desigualdade e tende a piorar durante a pandemia, já piorou. Em novembro de 2020 a campanha latino-americana pelo direito à educação denunciou que embora a garantia do direito à educação seja uma tarefa, seja uma obrigação dos estados nacionais, a
gente tem visto uma operação na direção contrária, durante a pandemia e desde
antes. Mas agora, você tem por exemplo, é a família e até mesmo docentes assumindo os custos de equipamentos digitais para garantir que a criança o que o jovem tenha aula, sendo que essa sensibilidade deveria ser questão de política pública. E quando os pais os professores não conseguem arcar com esses estudantes? Simplesmente vão ficando mais e mais para trás e aqui é muito bom mencionar o peso que se coloca principalmente nos ombros das mulheres, porque elas são vistas ainda pela sociedade com as responsáveis pelos cuidados familiares e acabam sendo elas mesmas que precisam se preocupar com o acesso à educação dentro de casa, durante a pandemia.
A desigualdade é uma realidade constante do meio educacional. Isso atravessa questões de classe, de gênero raciais e muito mais. Quando um dos requisitos passa a ser poder aquisitivo, quem pode pagar por uma escola privada de elite ou quem pode pagar para que outras pessoas criem seus filhos para poder crescer na sua carreira.
Nós estamos muito longe de um ideal de educação realmente Universal. Mas não é só parte do partido Novo se colocando como um obstáculo nessa situação. Assim como figuras do partido se apresentam como defensoras da educação mas não dizem que são na verdade defensores da educação privada como mercadoria. E isso ocorre de outras formas por aí também, na defesa de educação, mais educação excludente e o que pode colocar o aprendizado dos Estudantes em risco a favor de um modelo ideológico; pois estamos
vendo vários governadores avançam em projetos de militarização das escolas. Destacamos o caso dos governos do Paraná e do Distrito Federal. Trata-se de um projeto imposto de cima para baixo, sem transparência
real com as comunidades e com algumas consultas nas comunidades completamente atropeladas, nada de democráticas. E do lado disso, tentam trazer também o ensino domiciliar para jogo quando vários especialistas apontam que não há regulamentação correta. Para que ocorra dessa forma,  também pode apresentar riscos de deficit Educacional aprofundando as desigualdades. E até mesmo de exposição de crianças à ambiente abusivos nos seus lares por tempo integral. É uma coisa bem séria porque educação é coisa bem séria e a polícia que precisa ser verdadeiramente Universal com qualidade. O investimento necessário precisa ser público não pode ser mercadoria.

 

Nenhum comentário: