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24 novembro 2019

Vaga de Estágio em matemática Rio de Janeiro - RJ ou Macaé - RJ

Programa de estágio Halliburton - Rio de Janeiro/RJ ou Macaé/RJ

Requisitos:
•    Cursando ensino superior em matemática, engenharia da computação, engenharia de petróleo e gás, geologia, geofísica e afins.
•    Previsão de formatura fevereiro de 2021
•    Inglês avançado
•    Disponibilidade para estagiar de segunda á sexta, durante 6 horas por dia (08;30 ás 15:30)

Inscrição
 A empresa solicita que os interessados no programa de estágio realizem cadastro no site e enviem currículos atualizados para o e-mail: talentos@halliburton.com informando no campo do assunto ” ESTÁGIO LMK Rio” ou ” ESTÁGIO LMK Macaé”.


22 novembro 2019



Tema: Formação de professores para o ensino de Matemática: BNCC e apagamentos
Professor: Prof. Vinicio de Macedo Santos (USP)
Quando: 29/11/2019 10h
Local: UFF Niterói-RJ  (Campus Gragoatá Bloco D Sala 380)

A palestra, com mediação do Prof. Adriano Vargas (UFF), será gratuita e não há necessidade de inscrição.

20 novembro 2019

Nigeriano de 12 anos descobre teste de divisibilidade por 7






(foto: Westminster Under School/Arquivo)

O jovem nigeriano Chika Ofili, de 12 anos, descobriu uma fórmula matemática que facilita o estudo da divisão. A descoberta permite mostrar rapidamente se um número inteiro é divisível por sete. Para isso, basta pegar o último dígito de qualquer número, multiplicar por 5 e adicionar à parte restante, assim terá um novo número obtido. Se esse novo número é divisível por 7, o número original é divisível por 7.

Como exemplo, para verificar o número 532 é necessário, 53 + 2 x 5 = 63, sendo 63 múltiplo de 7, portanto, 7 também podem dividi-lo.

A professora Miss Mary Ellis, também chefe do departamento de matemática da Westminster Under School, escola de Londres, em que Chika estuda, disse em um artigo no jornal educacional que o aluno descobriu a fórmula após um trabalho passado para as férias.

No trabalho, Chika teve que estudar o livro First steps for problem solvers, em tradução livre, Primeiros passos para resolvedores de problemas, publicado pela United Kingdom Mathematics Trust (UKMT). No livro, são apresentados  testes de divisibilidade usados para solucionar rapidamente números divisíveis por 2, 3, 4, 5, 6, 8 e 9, mas o algarismo 7 não havia teste simples, assim Chika desenvolveu sua ideia.

O nigeriano apresentou a fórmula para o corpo docente da escola. Depois que um matemático neutro analisou e aprovou a teoria, que ganhou uma prova algébrica. Foi descoberto pelo matemático que o teste também funciona se multiplicar o último dígito por 12, 19, 26, 33 e depois adicionar à parte restante do número.

Graças à descoberta, Chika Ofili ganhou o prêmio TruLittle Hero Awards, na cerimônia organizada pela Cause4Children Limited, que tem o objetivo de reconhecer, comemorar e recompensar realizações notáveis de crianças e jovens notáveis com menos de 17 anos no Reino Unido.

Além do prêmio, muitos portais de notícias nigerianos e africanos estão parabenizando Chika.

Fonte:  https://www.pulse.com.gh/ e https://www.em.com.br

15 novembro 2019

Petrobras recruta estudantes de qualquer faculdade para curso voltado para inovação.


O curso chamado de Ignição vai durar um ano e não requer nenhum conhecimento prévio. Selecionados vão receber bolsa de 780 reais!

Estudantes de todos os cursos de graduação de qualquer cidade do Brasil podem se candidatar a um programa remunerado multidisciplinar voltado para inovação em transformação digital focado em óleo e gás.

Desenvolvido pela Petrobras em parceria com a PUC-Rio, o programa chamado de Ignição vai durar um ano e não requer nenhum conhecimento prévio. O único pré-requisito é que a conclusão da graduação esteja marcada para janeiro de 2021.

São 21 vagas e o valor da bolsa é 780 reais. O objetivo é oferecer formação, conhecimento tecnológico, metodológico e instrumental desafiando universitários a criarem soluções de transformação digital.

Ciência de dados e temas como aplicações inovadoras para mobile, web e bots fazem parte da grade do curso que também aborda inteligência artificial e tecnologias de registro distribuído como blockchain.

As inscrições estarão abertas até 6 de janeiro de 2020 pelo site da [ PUC- Rio ] O programa começa no dia 3 de fevereiro. As atividades são presenciais no campus da Gávea, de segunda a sexta-feira, das 14h às 18h.

Fonte: https://exame.abril.com.br/carreira/petrobras-recruta-estudantes-de-qualquer-faculdade-para-curso-remunerado/



13 novembro 2019

Seminário: Probabilidades e a tomada de decisão


Seminário na UNIRIO - Rio de Janeiro - RJ

Tema: Probabilidades e a tomada de decisão
Quando: 14/11/2019 17h
Local: UNIRIO 205n-CCET (Centro de Ciências Exatas e Tecnologia)

10 novembro 2019

Críticas e sugetões ao curso de matemática do CEDERJ/UFF

Este texto é um pedido para avaliar a disciplina de Instrumentação do Ensino da Geometria mas muito do que escrevo aqui pode ser estendido para outras disciplinas e algumas criticas são para o curso de forma geral. É por isso também que estou mandando com cópia para os senhores.

Adorei conhecer esta disciplina, achei ela bem prática e com certeza irá ajudar muito na minha profissão.
Com tantas disciplinas pedagógicas acho lamentável ter somente 2 disciplinas especificamente tratando de didática  no ensino de matemática num curso de Licenciatura em Matemática e ter 14 matérias de teorias sobre pedagogia (3 de didática, 4 de fundamentos e 7 opções de optativas (Tópicos Sobre a Diversidade na Educação, Educação Ambiental e Agenda 21, Educação Especial, Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos, Movimentos Sociais e Educação, Políticas Públicas em Educação, Tópicos em Educação Especial).
Pelo outro lado temos 4 matérias de estágio, e as 3 específicas de matemática (IEG, IEAA, Informática no ensino da matemática)
Nesta conta eu não estou considerando Português Instrumental 1.
Total de 24 matérias pedagógicas. Sendo 4 práticas (estágios), 3 específicas de matemática e 14!!! teóricas sendo 7 optativas. ABSURDO o desequilíbrio desta balança!
Deveriam ter mais matérias específicas de didática para matemática, nem que fossem optativas.
Informática no ensino da matemática é na verdade "GEOGEBRA no ensino da matemática", ela é importante? sim e muito, mas Geogebra não é informática, é a mesma coisa de quem chama Facebook de Internet (você está pegando uma parte e considerando com o "todo"). Pelo menos deveria ter uma outra disciplina chamada "Informática no ensino da matemática" realmente tratando deste assunto. Nos mesmos moldes da disciplina que o professor Carlos Mathias esta fazendo no curso presencial.

Pontos negativos:
Vocês precisam revisar TODOS os links externos citados no livro e na plataforma, MUITOS estão offline e o aluno fica "no vácuo". Em alguns links onde tem a descrição do que é, ainda é possível fazer uma pesquisa e achar algo semelhante. Mas alguns links só tem o endereço com um texto genérico; ex: "para saber mais acesse...", e como esta offline não tenho nem uma pista do que aquilo se refere. Tem link no texto do livro informando que o acesso foi feito em 2007, 12 anos!!, tem que ter uma revisão. E não precisa esperar uma edição nova do livro!!! basta colocar na plataforma. Ex: "o link da pag. XX esta offline sugerimos usar este aqui que mostra xxxx". Isso não depende de verba nem nada é só ter vontade de fazer. Também não precisa acertar tudo de uma vez, vai acertando aos poucos....

Não mandar o material físico completo para todos os alunos. Eu por exemplo não recebi o volume 2 do livro de IEG.  Gostaria muito de ter ele fisicamente porque será usado como livro de referência para minhas aulas de geometria. Depois de conversar com alunos de outros polos descobri que isso não acontece com todos os polos, eu é que fui premiado mesmo. Como eu sou o único aluno de IEG neste semestre no polo Rio Bonito resolvi pedir providencias. Fui na sala de tutoria e apesar da boa vontade do tutor a distancia (faço questão de citar no nome dele Miguel Angelo Da Silva), no fim não deu em NADA. Depois eu liguei para a coordenação (bloco h do campus Gragoatá) pedindo o livro ou pedindo para comprar e a pessoa que me atendeu estava até com o "ar de ofendida no telefone" dizendo que não se podia vender .... etc. ... mas continuei sem o livro.
Esta semana no evento da uff de 20 anos do programa "Dá licença" eu vi champanhe e bolo, vi jornalzinho em edição extraordinária, sendo que todos os números são impressos em gráfica usando impressão a laser colorida. Enquanto na outra ponta temos alunos sem material impresso em preto e branco. Depois falam que a educação esta uma merda, que os níveis de matemática dos alunos do ensino fundamental estão uma merda, que a nota do ENADE do curso caiu e a culpa é sempre do elo mais fraco, o aluno. O problema é que não se prioriza... o foco principal é ensinar matemática, ensinar a ensinar matemática. Não pode ficar falando para o aluno usar material em pdf enquanto o jornalzinho é impresso em impressora a laser colorida. Tinha que ser o contrário.
Uma passagem do discurso do professor Wanderlei Moura Resende no evento 20 anos do programa "Dá licença" era falando sobre as inscrições para o evento. Falando que tinha gente vindo da faculdade a, b, c..., e uma hora ele mencionou CEDERJ/UFF e falou "que faço questão de inverter UFF/CEDERJ". Pois eu só vejo considerar o aluno de matemática do CEDERJ como aluno da UFF da boca para fora, na ação é bem diferente. Nunca vi estimularem os alunos do CEDERJ a entrarem nestes programas do departamento de matemática. As informações de eventos e coisas da UFF 99% das vezes não chegam no polo, quando chega é faltando 3 ou 4 dias para o prazo terminar. Num mundo com a internet de hoje é inadmissível.

Sugestão para IEG mas que pode ser aproveitada em outras disciplinas:
Na atividade 16 (link https://graduacao.cederj.edu.br/ava/mod/assign/view.php?id=69521 ) desta disciplina pedia "Pesquise um site sobre sólidos de revolução e faça uma resenha sobre ele."
No retorno da atividade o tutor depois de avaliação fez o seguinte comentário: "Para enriquecer o seu banco de sites de geometria, estou divulgando abaixo a lista dos sites visitados pelos seus colegas." E colocou uma lista de links levantados por outros alunos sobre o assunto.
Este é um exemplo de atitude super simples que agrega muito valor e deveria ser usadas em muitas tarefas.
Resumindo: O coordenador passou uma tarefa individual, e depois dela ser corrigida pelo tutor a distancia ele selecionou respostas válidas/interessantes/que se destacaram e mandou isso para todos os alunos da disciplina.
É um ótimo exemplo do uso da força de trabalho/pesquisa de dezenas de alunos para um trabalho que beneficia a todos.
Isso esta num nível infinitamente melhor de colaboração através da internet que o normal que se faz no CEDERJ (passar uma atividade individual, fazer, o tutor corrigir, e fim).
Isso inclusive deveria ter sido feito pelo menos no item da AD1 em que pede para ser feito um dos itens do laboratório de geometria. Poderiam tem pego os melhores trabalhos e ter exposto eles numa página para que todos da disciplina pudessem ver, trocar ideias, se inspirar, replicar boas práticas, divulgar a matemática. Outro exemplo, na AD1 poderia ter pego os 3 melhores trabalhos e ter perguntados se os estudantes que fizeram poderiam montar um tutorial mostrando como foi feito, e este tutorial ser disponibilizado na pagina da disciplina. O aluno poderia ganhar um certificado de, por ex. 3 horas de trabalhos extras, para estimula-los e a página da disciplina ia montando um catalogo de tutoriais. Agora imagina isso sendo feito assim a 10 anos... olha a quantidade de tutorias que deveriam estar disponíveis para consulta dos alunos. Quanto de dinheiro se gastou nisso? ZERO! Olha a quantidade de conhecimento gerado!!!

Uma sugestão para os eventos de matemática na UFF, porque que eles não são gravados e disponibilizados na internet para quem não pode ir, por ser em horário de trabalho ou para quem estuda em polo longe de Niterói? Acho que um dos objetivos é multiplicar conhecimento, o que vejo é uma panelinha de especialistas que seguram o conhecimento como se fosse uma sociedade secreta, só os mais próximos, vão ter o privilégio deste conhecimento... Basta ter um pouco de VONTADE.... como exemplo eu deixar o link de uma das palestra que tem na Uerj que são gravadas em celular e disponibilizadas. Ja é um começo... aos poucos vai melhorando...

Ex. Palestra feita na Uerj no dia 6/6/2019 com a Profa. Dra. Monica Rabello de Castro. Vejam no link abaixo. Com um celular eles estão dando um 7a1 em divulgação de conhecimento mesmo sem recurso. Teve problemas técnicos e tal, mas eles estão focando na essência, que é divulgar matemática, melhorar a educação, e MULTIPLICAR o conhecimento do especialista. Vergonha de UFF com um auditório daquele no bloco G e não gravar os eventos. Além do fato de na UFF deve ter uma produtora de vídeo, se na UFF tem faculdade de jornalismo (não sei) porque não usa os alunos para ajudar? se eles não tiverem tempo, porque não passam o conhecimento básico para alunos de matemática gravarem? Só para citar alguns exemplos.
https://www.facebook.com/gematuerj/videos/2027285580731213/

Rapidinha 1: padronizar os envios das AD's ... é uma gincana a parte... achar a pagina da AD numa disciplina, descobrir que tipo de envio esta habilitado nela.

Rapidinha 2: toda disciplina deveria ter uma página mostrando as erratas do material. TEM MUITAS DISCIPLINAS que ainda não faz isso. Poderia ser uma página colaborativa... assim não ficava esta tarefa nas costas de uma única pessoa.

Rapidinha 3: Descobri esta semana que estão fazendo uma nova plataforma. Espero sinceramente que USEM mais o conceito de internet colaborativa e que tenhas foco em agregar conhecimento, espalhar conhecimento e que dêem treinamento para os coordenadores.  A plataforma atual é subutilizada, existem muitos recursos interessantes na plataforma que ninguém usa. Não adiante dar uma Ferrari para um velhinho de 60 anos que não vai usar o GPS, o Bluetooth, a câmera de ré, etc...

Bom vou parar por aqui porque vocês já devem estar putos com tudo o que eu falei.... e olha que isso é só criticando uma disciplina... nem vou pular para as outras, não falei nada do meu polo, a forma das tutorias, etc.
Agora vê se a coordenação de IEG revisa os links... pelo menos esta não tem desculpa nenhuma para não ser feita. E já deveria ter sido revisado a pelo menos a 7 SETE ANOS ATRÁS....

P.S. Sr. Moisés se quiser podemos bater disciplina a disciplina os problemas.... pelo menos das que já cursei posso opinar.

P.P.S. Sr. Moisés e Sr. Charles estou falando estas coisas com o intuito de abrir os olhos de vocês para os problemas, e mais importante; já que não tem tempo suficiente, já que não tem dinheiro suficiente, saber priorizar, saber balancear as ações. Dei aqui 2 exemplos de desiquilíbrio que precisam ser melhorados.
O curso tem muita coisas boas e louváveis mas o objetivo deste texto é resolver os problemas. E ao identificar os problemas já é um passo, admiti-los também. O passo seguinte é propor soluções, ter vontade política de executá-las.

Espero sinceramente que isso ajude a melhorar o curso e também a matemática no Brasil.
Atenciosamente,
Luciano Menezes (polo Rio Bonito)



08 novembro 2019

História da Física - Ebook grátis (mobi, epub, pdf)


Entre as várias iniciativas do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio de Janeiro (RJ), para comemorar os 70 anos de sua fundação, está o lançamento do livro, cuja versão eletrônica agora podem ser baixadas gratuitamente.

História da Física ‒ artigos, ensaios e resenhas é também uma coletânea de textos sobre história da física no Brasil e no mundo. Essa nova versão sai em coautoria com Antonio Augusto Passos Videira, do Departamento de Filosofia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e pesquisador colaborador do CBPF.
Nesta 2a edição alguns títulos foram alterados; informações, acrescentadas; erros e desatualizações, corrigidos.
Os textos podem ser lidos de forma aleatória.
Se julgado como leitura instrutiva e agradável, este livro terá cumprindo seu papel; se servir para despertar na(o)s graduanda(o)s e pós-graduanda(o)s em física o interesse pela história dessa disciplina, dará satisfação extra a estes autores.

O ebook está disponível em versão pdf, epub e mobi e podem ser baixados [ aqui ].
É uma pena que as versões epub e mobi foram meras conversões automáticas da versão em pdf do livro.

Dica enviada pelo Astrônomo Leonardo Cirto.

04 novembro 2019

Você sabe o que é Etnomatemática?


Olá a todos, recomendo ver esta interessante entrevista com Ubiratan D'Ambrósio. Além de falar sobre Etnomatemática ele fala sobre a paixão por ensinar, interdisciplinaridade no ensino da matemática, didática, conhecemos um pouco mais da hitsória da matemática no Brasil, Paulo Freire e muito mais.

Abaixo reproduzo a descrição do vídeo.
Ubiratan D'Ambrósio é um dos pesquisadores mais importantes quando o assunto é ensino de matemática. Ele começou os estudos nesta área nos anos 50 e foi o criador do termo Etnomatemática.



03 novembro 2019

Por que você deve parar de acreditar que 'não nasceu pra matemática'


Em 2013, três pesquisadores italianos acompanharam 120 meninas de seis anos que cursavam a 1ª série.

Eles perceberam que as meninas que acreditavam que a matemática não era para mulheres tinham desempenho pior na disciplina que os demais alunos participantes da pesquisa.

Alguns anos antes, em 2007, um estudo feito nos EUA com 373 alunos (de ambos os sexos e diversas etnias) da 7ª série apontou que os estudantes que acreditavam que "ter uma certa quantidade de inteligência, sem poder mudar nada a respeito disso" não se destacavam em matemática, ao contrário dos estudantes que entendiam que sua própria inteligência era maleável.

Estes são alguns dos estudos que, na última década, tentam derrubar a ideia de que nascemos — ou não — com afinidade para a matemática.

Em vez disso, esse "cérebro matemático" parece ser em grande parte construído (ou atrofiado) pelas nossas ideias a respeito de nossas próprias habilidades, pelo nosso esforço e, não menos importante, pela forma como a matemática nos é ensinada em sala de aula.

"Há algumas razões pelas quais acreditamos que somos ruins em matemática, e a primeira é a ideia equivocada de que ou você nasce com um 'cérebro matemático' ou não terá aptidão", diz à BBC News Brasil Jo Boaler, autora e pesquisadora do ensino da matemática pela Universidade de Stanford (EUA).

"Muita gente acredita nisso e, na primeira vez em que enfrenta alguma dificuldade, passa a pensar: 'bem, então não tenho um cérebro matemático' e consolida uma visão negativa (de si) a partir daí."

Outra razão, opina Boaler, é que a matemática muitas vezes é ensinada "de um modo incrivelmente chato, como se fosse uma matéria sem sentido, o que afasta as pessoas. A combinação disso (percepções pessoais e modelo de ensino) trouxe muitos danos."

Boaler aborda o tema no livro Mente Sem Limites e participa nesta semana, em São Paulo, do 2º Seminário de Mentalidades Matemáticas, que também discute avanços neurocientíficos sustentando a ideia de que a disciplina é mais acessível do que se costuma pensar.

"Há algumas razões pelas quais acreditamos que somos ruins em matemática, e a primeira é a ideia equivocada de que ou você nasce com um 'cérebro matemático' ou não terá aptidão", diz à BBC News Brasil Jo Boaler, autora e pesquisadora do ensino da matemática pela Universidade de Stanford (EUA).

"Muita gente acredita nisso e, na primeira vez em que enfrenta alguma dificuldade, passa a pensar: 'bem, então não tenho um cérebro matemático' e consolida uma visão negativa (de si) a partir daí."

Outra razão, opina Boaler, é que a matemática muitas vezes é ensinada "de um modo incrivelmente chato, como se fosse uma matéria sem sentido, o que afasta as pessoas. A combinação disso (percepções pessoais e modelo de ensino) trouxe muitos danos."

Boaler aborda o tema no livro Mente Sem Limites e participa nesta semana, em São Paulo, do 2º Seminário de Mentalidades Matemáticas, que também discute avanços neurocientíficos sustentando a ideia de que a disciplina é mais acessível do que se costuma pensar.

Valorizar os erros e desestimular a rapidez

A pesquisadora defende que a matemática faz mais sentido se for ensinada de forma visual (com desenhos, cubos, barbantes), com trabalhos em equipe que sejam criativos e colaborativos e exaltando — em vez de condenando — os erros cometidos durante o aprendizado.

Boaler afirma que muitas aulas de matemática tradicionais valorizam em excesso a rapidez com que os alunos resolvem os exercícios, o que desestimula os que não conseguem acompanhar o ritmo.

"Muitas crianças que poderiam ter um ótimo futuro na matemática acabam desistindo por achar que não são rápidas o bastante, quando na verdade os próprios matemáticos são lentos e flexíveis quanto à matemática", diz Boaler.

"Outra descoberta libertadora da neurociência é que nosso cérebro cresce mais quando estamos nos esforçando e cometendo erros, embora a sensação (durante esse processo) seja ruim."

Boaler e sua equipe aplicaram essas estratégias de ensino em um grupo de 84 alunos de 11 a 13 anos na Califórnia, em 2017, na etapa equivalente ao ensino fundamental 2 brasileiro.

Os jovens participaram de 18 aulas no projeto Youcubed, aprendendo matemática de um modo mais colaborativo. O resultado, diz a Universidade Stanford, é que nesse período eles aumentaram seus conhecimentos matemáticos no equivalente a 2,4 anos de ensino escolar.

O site do projeto Youcubed (que tem versão em português) traz, atualmente, dezenas de sugestões de exercícios práticos para serem usados em sala de aula (ou em casa), desde a educação infantil até o fim do ensino médio.

A atividade "Bolas de gude na caixa", por exemplo, sugere um jogo da velha em 3D que pode ser aplicado a alunos por volta de cinco anos.

Profecia autorrealizável

O que não significa, porém, que a matemática não exija esforço ou que o processo de aprendizado não esteja sujeito a frustrações.

O que especialistas como Boaler têm defendido é que, no ambiente escolar, a percepção de que "não nasci para a matemática" acaba se convertendo em uma espécie de profecia autorrealizável.

"A verdade é que você provavelmente é uma pessoa com afinidade à matemática e, ao pensar o contrário, está tolhendo sua própria carreira futura", escreveram dois acadêmicos, Miles Kimball, da Universidade de Michigan, e Noah Smith, da Universidade de Stony Brook, em artigo de 2013 na revista americana The Atlantic.

"E o pior, ao pensar o contrário, você pode estar ajudando a perpetuar um pernicioso mito que prejudica as crianças menos privilegiadas: o mito da habilidade matemática genética e inata."

Em contrapartida, dizem os autores, as crianças que desde cedo se acostumam a ouvir que levam jeito para a matemática acabam se esforçando mais e, em consequência, se saindo melhor.

Atrasos brasileiros na matemática

No Brasil, a matemática é considerada calcanhar de Aquiles por muitos estudantes. Oito em cada dez alunos concluem o ensino fundamental sem adquirir os conhecimentos esperados nessa disciplina, segundo o exame Prova Brasil de 2017.

Na mais recente edição do exame internacional PISA, que em 2015 testou os conhecimentos de alunos de 15 anos em 70 países, o Brasil ficou em 66º lugar em matemática e 63º em ciências.

Em um país com tantas deficiências de ensino, como tirar a matemática do papel de vilã?

Para Boaler, isso começa pelo professor "mudar sua mensagem", deixando de pensar — e evitando que alunos pensem — que somente alguns poucos serão de fato capazes de aprender a disciplina.

"E quando eles mudam sua mensagem e a forma de dar aula, veem instantaneamente que funciona e que mais alunos estão aprendendo. Daí o nosso esforço em mostrar aos professores que todas as crianças têm um potencial ilimitado e mostrar as evidências neurocientíficas disso", argumenta.

Ela destaca, ao mesmo tempo, que muitos professores já adotam estratégias do tipo e são capazes de tornar a matemática sedutora.

Recentemente, viralizou no Twitter a foto de uma prova de matemática em que o professor corrigiu a aluna quando esta disse que se considera "uma decepção" na disciplina. O professor riscou a frase "então não se assuste com o meu zero" e trocou-a por "então me ajude a entender melhor? Claro!"

Não se trata de apenas acreditar no próprio potencial, mas entender que, fisiologicamente, nosso cérebro é maleável o suficiente para aprender e crescer com os erros - ou seja, saber que inteligência é algo mutável, e não predeterminado. E pesquisadores descobriram que essa mensagem é ainda mais crucial em ambientes de pobreza e baixo estímulo.

Em 2016, três outros acadêmicos de Stanford acompanharam alunos do ensino público do Chile e perceberam que "os de renda mais baixa tinham o dobro de propensão de achar que (sua inteligência) era fixa (e não maleável)". Isso, diz o estudo, "era um forte indicativo sobre o desempenho desses estudantes".

Mas, mesmo entre os alunos de renda mais baixa, os que entendiam que sua inteligência poderia crescer pelo próprio esforço conseguiam alcançar os resultados mais altos dos colegas mais "abastados".

"Os resultados indicam que o modo de pensar (sobre as próprias habilidades matemáticas) pode ser um mecanismo pelo qual desvantagens econômicas impactam o desempenho" estudantil, escreveram os autores Carol S. Dweck, Susana Claro e David Paunesku.

"Não estamos sugerindo que fatores estruturais, como desigualdade econômica ou disparidades na qualidade das escolas, são menos importantes do que fatores psicológicos. Nem dizendo que ensinar os estudantes a mudar seu modo de pensar vai substituir esforços sistêmicos para aliviar a pobreza e a desigualdade. (...) Em vez disso, estamos sugerindo que desigualdades estruturais dão margem para desigualdades psicológicas, as quais reforçam o impacto das desigualdades estruturais no desempenho e nas oportunidades futuras (dos alunos)."

O matemático Artur Ávila, primeiro brasileiro a ganhar (em 2014) a Medalha Fields, o mais prestigioso prêmio dessa disciplina, também já criticou ideias preconcebidas em torno da matemática.

"Quando se colocam na mídia estereótipos de que a matemática é para alguém com certos aspectos bem característicos, e a pessoa não se identifica com esse estereótipo, ela vai descartar a ideia de entrar na área. Isso é reproduzido também na esfera da família, que 'conforta' a pessoa na primeira dificuldade que tem com matemática, falando 'ah, mas não é para você mesmo, faz outra coisa'", afirmou Ávila, em fevereiro deste ano, ao Jornal da USP.

"Toda a população deveria ser exposta à matemática como algo que é acessível e importante para todos. (...) Todo mundo com acesso à matemática ganha técnicas para seu trabalho e mesmo em suas relações na sociedade, no seu papel de cidadão. Estamos expostos a dados a todo momento. Se a pessoa não está preparada para lidar com números, é muito mais facilmente manipulada por pesquisas e gráficos, por exemplo."

Por onde começar?

Como, então, evitar que esse tipo de mito matemático se perpetue?

No ambiente familiar, Jo Boaler sugere que os pais "passem uma mensagem positiva" aos filhos. "Mesmo que você odeie a matemática, seja entusiasta do aprendizado, mesmo que esteja fingindo", diz ela.

"Para crianças pequenas, a ideia é procurar padrões no mundo: eles estão por toda a parte. Jogos também são ótimos, por exemplo os de dados. Só peço que tomem cuidado com os jogos que exigem rapidez, porque se criou essa ideia de que você precisa ser rápido ao resolver questões de matemática. Em vez disso, é mais importante incentivar a criatividade e a flexibilidade — entender que o cálculo de 12 x 4 pode ser feito de diversas formas diferentes. Isso ajudará seus cérebros a criar várias conexões diferentes."

A pesquisadora também alerta para as disparidades de gênero que persistem nas ciências exatas e desencorajam muitas meninas a desenvolver suas habilidades matemáticas.

Em seu livro, Boaler conta o caso de uma colega professora universitária que, quando estava na graduação, foi chamada para conversar por um professor de matemática.

Ela se preparou para receber elogios por seu bom desempenho na matéria, mas em vez disso ouviu uma bronca do professor — ele deduzira que ela havia colado nas provas ou simplesmente memorizado tudo.

"Essa professora me conta que, mesmo hoje, como acadêmica, ouve colegas falando a estudantes mulheres, 'não se preocupe, você não precisa ir bem em matemática'. Não há expectativa de que elas possam ir bem, o que é uma mensagem terrível, de que as exatas não são para elas."

Carol S. Dweck, outra pesquisadora do tema e autora de dois dos estudos citados nesta reportagem, defende em artigos que, em geral, estudantes precisam ser ensinados que, quando saem de sua zona de conforto e se esforçam, fazem seus cérebros formar conexões mais fortes.

Disso nasce um círculo virtuoso: esses estudantes passam a acreditar que seu esforço é recompensado, criam objetivos mais ambiciosos para si mesmos e têm menos predisposição a atribuir fracassos a coisas que não podem controlar (a pensar, por exemplo, que foram mal porque "a prova era injusta").

"Passamos a eles a mensagem de que tudo é difícil antes de se tornar fácil", dizem Dweck e seus colegas em um dos estudos.

Reprodução: Paula Adamo Idoeta / BBC News

02 novembro 2019

Quem lucra com os cortes nas Bolsas de estudo no Brasil??

Olá a todos, hoje recomendo assistir o programa Greg News sobre Bolsas de Estudo.
Nele vamos ver pesquisas de brasileiros que revolucionam a ciência. Quem no governo lucra com o sucateamento da educação. Que o Paulo Guedes e sua família se beneficia diretamente destes cortes.
Mostra a situação de alunos ganhadores de olimpíadas de matemática, etc.  Vale a pena ver.